ECONOMIA NACIONAL

Janeiro: Hidrelétricas no Sudeste terão maior nível desde 2016

Se confirmado, seria o maior patamar para janeiro desde 2016, cujo indicador foi de 44,4%.

Em 07/01/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Vista da hidrelétrica de Furnas/REUTERS

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estimou nesta sexta-feira (7), que os reservatórios da região terminarão janeiro deste ano com 40% da capacidade.

As hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, onde estão os principais reservatórios de usinas do país, podem atingir o maior nível de armazenamento para o mês de janeiro desde 2016, em meio a chuvas abundantes, baixo crescimento da demanda e medidas para preservar água dos lagos.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estimou nesta sexta-feira (7), que os reservatórios da região terminarão janeiro deste ano com 40% da capacidade, ante 37% previstos na semana passada para o mês.

Se confirmado, seria o maior patamar para janeiro desde 2016, quando o indicador alcançou 44,4% no mês, conforme dados disponibilizados no site do ONS.

O indicador se compara com cerca de 17% registrados nos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste em setembro, mínima do ano passado quando cresceu a ameaça de um racionamento de energia, levando o governo a adotar uma série de medidas.

Nos últimos três anos, o nível de armazenagem nos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste oscilou na faixa de 20%, nesta época, trazendo preocupações econômicas, visto que cerca de 65% da geração do Brasil é hidrelétrica.

No ano passado, quando o país enfrentou a pior seca dos últimos 90 anos, os reservatórios da região atingiram 23,3% da capacidade em janeiro.

O bom nível de chuvas nesse período úmido, aliado ao acionamento de parte do parque termelétrico e um crescimento baixo da demanda, tem permitido a recuperação dos lagos das hidrelétricas, afirma Luiz Barroso, presidente da consultoria PSR.

O ONS revisou para baixo a previsão de carga no sistema este mês, para uma alta de 0,6% ante janeiro de 2021, abaixo do 1,8% previsto na semana anterior.

Barroso destacou ainda a importância da flexibilização das restrições operativas hidráulicas de algumas usinas. Essa medida, tomada ao longo da crise hídrica do ano passado, terá contribuição relevante para o enchimento dos reservatórios, avalia.

“Se não tivéssemos isso (a flexibilização), o governo teria que usar parte dessa água para atender outros usos da água, como navegabilidade.”

Já no caso das chuvas, o ONS previu nesta sexta-feira que as hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste receberão o equivalente a 105% da média histórica em janeiro, ante 96% estimados da semana anterior.

Outras regiões

As estimativas de chuvas também foram revisadas para cima no Norte e Nordeste.

Nas hidrelétricas do Norte, a previsão é de índice de 205% da média histórica (ante 183%), enquanto no Nordeste as chuvas devem alcançar 159% (ante 123%).

O nível de armazenamento das hidrelétricas do Nordeste, segunda região do país em importância para reservatórios, deverão subir para cerca de 70%, segundo o operador do sistema.

Já para o Sul, o ONS projeta chuvas mais fracas, equivalentes a 29% da média histórica em janeiro, contra 40% esperados anteriormente. No caso dos reservatórios, o nível deve alcançar 34,8% ao final de janeiro, abaixo dos 41,6% registrados atualmente.

A situação dos reservatórios da região Sul inspirou preocupações no governo no fim de 2020, quando o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) começou a acionar termelétricas mais caras para preservar os lagos. (Por Letícia Fucuchima - Reuters)

Leia também:

Produção de veículos tem alta de 11,6% em 2021, diz Anfavea
Poupança registrou retirada líquida de R$ 35,5 bi em 2021
Emplacamentos em 2021 cresceram 10,5%, diz Fenabrave
FGV: indicador de emprego tem segunda queda consecutiva
PPSA tem arrecadação recorde de R$ 1,22 bilhão para a Uniã
Intenção do Consumo fecha 2021 abaixo do nível de satisfação
Preços da indústria sobem 1,31% em novembro, diz IBGE
Contribuição do MEI subirá para R$ 60,60 a partir de fevereiro
Superávit da balança comercial encerrou 2021 com recorde
Mercado financeiro prevê que economia vai crescer 0,36%

TAGS:
HIDRELÉTRICAS | SUDESTE | VOLUME | INDICADOR | ÁGUA