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Justiça autoriza hospital a usar força policial para fazer transfusão, no ES

Paciente é Testemunha de Jeová, que não aceita a realização de transfusões.

Em 02/01/2015 Referência JCC

A Justiça autorizou a maternidade Pró-Matre a usar força policial para realizar a transfusão de sangue em uma paciente internada, em Vitória. Após o parto do terceiro filho, ela acabou perdendo muito sangue e ficando debilitada. O motivo da intervenção judicial é porque a mulher que é da denominação religiosa Testemunha de Jeová, que não aceita alguns procedimentos médicos sejam feitos nos fiéis. De acordo com os médicos, a transfusão deve ser realizada nesta sexta-feira (2). O estado de saúde dela é considerado grave pelo hospital.

A paciente, que é uma recepcionista de 35 anos, teve o parto realizado na última segunda-feira (29) e antes do parto já estava com a saúde debilitada devido a uma anemia, segundo os médicos. Ela precisou passar por uma cesariana para retirar o bebê e acabou perdendo muito sangue, mas se recusou a receber uma transfusão. No dia seguinte, o quadro dela piorou e a maternidade precisou procurar respaldo judicial para ter a chance de fazer o procedimento. A decisão saiu no mesmo dia.

O diretor técnico da Pró-Matre e um dos médicos responsáveis pelo caso, Helcio Menezes Couto, explicou que o risco de morte da paciente é muito grande se a transfusão não for feita logo. “Com a perda de sangue causada pelo parto, a paciente começa a ter falhas no cérebro e os órgãos podem parar a qualquer momento”, explicou o médico.

Os médicos reuniram laudos e atestados para instruir o pedido judicial e convencer o judiciário a autorizar o procedimento. Segundo Couto, em seus 37 anos de profissão, esta é a primeira vez que ele se depara com um caso assim. “Procuramos a Justiça porque somos a favor da vida. Eu não aprendi a deixar ninguém morrer. Eu aprendi a lutar pela vida”, afirmou.

 

A decisão da juíza Raquel de Almeida Valinho determina que a paciente passe pela transfusão de sangue e autoriza, também, “o auxílio de força policial, se necessário”. Contudo, na mesma decisão a paciente deixa claro que aceita os riscos da não realização do procedimento.

A reportagem de A Gazeta entrou em contato com a recepcionista, que preferiu não se pronunciar, alegando estar muito fraca. A família dela também foi procurada e não quis comentar o caso, mas a equipe médica afirma que eles também são contra ao procedimento médico.

Bebê
Por conta do estado de saúde da paciente, que é considerado grave pelos médicos, o bebê de pouco mais de quatro dias não está sendo amamentado pela mãe. Mesmo assim a criança passa bem.

Fonte: G1-Espírito Santo