SAÚDE

Médico salvo na academia após quadro de morte súbita

Luis Claudio foi salvo na academia após quadro de morte súbita.

Em 17/12/2017 Referência JCC

Ciclistas, corredores, nadadores e amantes de esportes buscam o caminho para alcançar a saúde e melhorar o desempenho. Isso envolve disciplina nos treinos, manter uma alimentação adequada e fugir das lesões. Mas um adversário que nenhum atleta quer encontrar pela frente é a morte súbita.

- É quando você tem uma morte não prevista, num indivíduo saudável, pelo menos 24 horas antes, e que o evento ocorra até uma hora depois do exercício. São muitas as causas e algumas delas tem relação com a genética e histórico familiar - disse o cardiologista Paulo Tinoco.

Ou seja, a morte súbita não manda recado, não escolhe atleta, nem o tipo de atividade física. O fato é que ela é muito rara. Em 95% dos casos no esporte, os indivíduos já tinham alguma causa médica. O grande vilão desta história toda, mais uma vez, é o sedentarismo. Portanto, o jeito é diminuir ao máximo os riscos, fugindo da vida sedentária e cuidando da saúde, ainda mais com o passar dos anos.

- É possível rastrear de alguma forma indivíduos que estão com maior risco. Então, se você está acima dos 50 anos e decide praticar atividade física, ela deve ser encorajada. Antes, porém, deve passar por um exame físico - frisou o médico.

Mesmo com exames em dia e praticando atividade física com frequencia, o médico Luis Cláudio Barbosa, de 60 anos, ficou quase cinco minutos em morte súbita, mas voltou pra contar história.

- Eu estava na academia fazendo ginástica, correndo no transport e, de repente, tudo apagou. Quando acordei estava com um monte de médicos e bombeiros - relatou o médico anestesiologista Luis Cláudio Barbosa, de 60 anos.

O professor de educação física Leonardo Cardoso relembrou os momentos de tensão ocorridos naquela dia.

- Eu estava no balcão, e uma aluna veio correndo avisando que o homem tinha infartado. Peguei o equipamento e viemos direto até ele. Uma médica aluno nossa já o estava ajudando - contou.

A sorte de Luis é que tinham dois médicos se exercitando em esteiras próximas a dele naquela hora.

- Quando me viram cair, imediatamente me deram pronto atendimento e solicitaram o aparelho e recuperei o ritmo - destacou o médico.

Além de contar com a sorte, outros fatores fizeram toda a diferença no salvamento do Luis: a massagem cardíacada e o desfibrilador.

- São os instrumentos que podem salvar a pessoa. Quando o desfibrilador está disponível com equipe treinada, ele é rapidamente colocado no peito do paciente e isso é o que salva em 90% dos casos - afirmou o cardiologista.

Graças ao empenho de todos e a estrutura de onde ele treinava, o Luis agora comemora seu aniversário numa nova data. Um ano depois, ele levou bola para comemorar com todos da academia.

- O pessoal aqui é nota 10. Todo mundo me conhece e ficam até com certo medo quando entro aqui, pensando: "Ele vai armar de novo". Mas eu eu estou inteiro, fazendo mil atividades, vou à praia, nado, pego onda, faço tudo. Vida normal, sem sequela. Me considero um sobrevivente - encerrou Luis.

(Foto: Reprodução TV Globo)