ESPORTE NACIONAL

Medina, Mineirinho e Filipe Toledo agitam fãs e vencem no round 1 no Rio

Mais três brasileiros também venceram na estreia.

Em 12/05/2015 Referência JCC

Embalado por uma vibrante torcida, os brasileiros fizeram nesta terça-feira a alegria do mar de gente que encheu as areias da Barra da Tijuca para acompanhar de perto o Rio Pro. E não foram apenas os três principais surfistas do Brazilian Storm que começaram com vitória a quarta etapa do Circuito Mundial de 2015, a única disputada no Brasil. Além de Gabriel Medina, Adriano de Souza e Filipe Toledo, Jadson André, Wiggolly Dantas e Ítalo Ferreira também triunfaram na primeira fase e avançaram diretamente para a terceira fase.

Miguel Pupo foi o único dos sete brasucas com vaga fixa na elite do surfe mundial a não sair vitorioso no primeiro dia com competição na Barra. O paulista ficou em segundo lugar na bateria de três homens vencida pelo australiano Matt Banting, mas vai disputar a repescagem (segunda fase) e poderá se juntar aos compatriotas que começaram muito bem o Rio Pro - Alejo Muniz, David do Carmo e Alex Ribeiro também ainda buscarão uma vaga no terceiro round.

Atual campeão mundial, Gabriel Medina demonstrou que está disposto a se recuperar na atual temporada, em que ocupa apenas a 16ª posição do ranking, ao somar 12,33 pontos para derrotar o havaiano Freddy Pattachia (7,77) e o catarinense Alejo Muniz (4,90). Com isso, o paulista de 21 anos avançou diretamente para a terceira fase - os derrotados terão de disputar a repescagem (segunda fase).

- É sempre bom estrear com vitória, dá confiança. Estou me sentindo bem. Acabei de ganhar uma bateria importante, eliminei o round 2. Agora é esperar pela próxima.

Medina comentou a boa presença de público nas areia da Barra, apontando pontos positivos e negativos.

- Vai ser uma loucura no fim de semana, mas já tem muita gente na praia. Isso é legal. Hoje é terça e já está assim. A tendência é só aumentar. É legal ter esse apoio deles e a gente precisa dessa energia boa. Atrapalha um pouco a concentração tanta gente na areia. Eu sou acostumado a orar na areia e acabei tendo que orar no mar.

Líder do ranking mundial, Adriano de Souza fez o mesmo. Ele conseguiu 17,90 contra 10,60 de Kai Otton e 5,03 de David do Carmo, ficando ainda com a segunda melhor onda do dia, um 9,73 (atrás apenas de Kelly Slater, que marcou 9,77). Na antepenúltima bateria do round 1, Filipe Toledo virou para cima de Kolohe Andino nos minutos finais e também pulou direto para a terceira fase: 16,27 a 11,93.

MEDINA VENCE NA ESTREIA

Freddy abriu a bateria com uma onda bem fraca e tirou nota 1,77. Alejo veio logo a seguir e também obteve uma nota fraca, um 3,50. O campeão mundial preferiu esperar. E, com pouco mais de quatro minutos de bateria, Gabriel pegou a sua primeira onda. Encontrou um tubinho para a esquerda, ficou pouco tempo dentro dele, mas tirou 5,33 para assumir a ponta.

Os tubos continuaram quebrando, e o havaiano mostrou qualidade para se entocar dentro de um deles e conseguir uma nota 6,00 para passar a somar 7,77 pontos, tornando-se o líder provisório da bateria. Mas, empurrado pela torcida, Medina deu logo o troco. Mais uma vez para a esquerda, ele foi bem no drop, sumiu dentro do tubo e recebeu 7,00, retomando a ponta, com a somatória de 12,33.

Passados 15 minutos (metade da bateria), Gabriel e os seus oponentes se posicionaram no outside à espera de boas ondas. Eles sabiam que apenas notas boas poderia mudar a situação. Patacchia precisava de um 6,34 para vencer. Alejo buscava um 8,83 e apenas uma nota acima de 5,33 mudaria o somatório de Medina.

Faltando 10 minutos, o havaiano chegou a assustar a torcida brasileira ao entrar em tubo promissor para a esquerda. Mas, para alívio da massa que gritava o nome de Gabriel, o gringo acabou vendo a onda fechar em cima dele e não completou a manobra. Fazendo uma boa leitura do mar, o campeão remou para a direita em busca de um posicionamento que lhe permitisse buscar algo melhor. Quando o cronômetro apontava cinco minutos para o fim, o paulista se arriscou em uma onda de tamanho bom, chegou a entrar no tubo, mas não conseguiu ir adiante.

O mar não apresentou ondas de muita qualidade na reta final da bateria, facilitando a vida de Gabriel Medina. Azar para Freddy Patacchia e Alejo Muniz, que só puderam ficar assistindo ao triunfo do surfista mais popular do Brasil na sua casa.

Após a vitória de Medina, outro brasileiro a se dar bem foi Ítalo Ferreira, que despachou o tricampeão mundial Mick Fanning: 7,07 a 5,50. Campeão do QS de Saquarema no último domingo, o também brasuca Alex Ribeiro fez apenas 2,00.

Mais cedo, o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater também estreou com vitória (19,27), ao superar o australiano Adrian Buchan (12,06) e o neozelandês Ricardo Christie (11,76).

mineirinho endiabrado

Adriano de Souza, o Mineirinho, está mesmo endiabrado. Ele fez uma excelente leitura de onda desde o início. Ele sempre sabia onde se posicionar para ter mais chances de tirar boas notas. De cara, ele pegou um bom tubo e somou 8, 17. Na sequência, o surfista do Guarujá entrou em outra boa direita e descolou um 8,10.

ASSISTA: veja o vídeo da onda de Mineirinho, a segunda melhor do dia

O australiano Kai Otton resolveu não dar moleza e pegou um tubo muito bom para arrancar um 8,77 dos juízes. Mas o melhor ainda estava por vir. Quando começaram os 10 minutos finais da bateria, Mineirinho tirou um notaço. Ele dropou com extrema categoria um tubo de bom tamanho e saiu limpo da onda fazendo os juízes lhe darem 9,73, quase um 10.

Com o somatório de 17,90, Adriano obrigou Otton a tirar um 9,14 para virar e deixou David do Carmo, que só somou 5,03 pontos, precisando de uma combinação de 17,91 pontos. Não tinha como ele perder. Deu Mineirinho.

Na bateria seguinte, Jadson André também não deu chances para os gringos e avançou ao round 3 ao despachar o australiano Josh Kerr e o havaiano Dusty Payne.

filipinho sofre, mas taMBém avança

Terceiro colocado no ranking, Filipe Toledo, o Filipinho, não teve vida fácil em sua estreia, mas também saiu vencedor na primeira fase e foi outro a sacudir o público nas areias da Barra da Tijuca. O caçula da elite do surfe mundial ficou atrás do americano Kolohe Andino durante 26 dos 30 minutos da bateria 10. Parecia que o paulista de 20 anos iria perder. Mas ele mostrou frieza para conseguir encaixar um lindo aéreo, tirar nota 9,70, chegar aos 16,27 pontos e obter a virada em cima do 26º colocado do mundo, que ficou com 11,93. Espectador de luxo, o australiano Adam Melling (27º) somou apenas 8,40 e ficou com a terceira posição.

Filipinho vive a melhor fase da sua carreira. Ele foi campeão na etapa de abertura do Circuito Mundial, na Gold Coast (AUS), e começou o ano com a liderança do ranking. Depois, obteve uma quinta colocação em Bells Beach (AUS), e mesmo com a 25ª colocação em Margaret River (AUS), caiu apenas para a terceira posição na lista de 2015 da Liga Mundial de Surfe.

BATERIAS DA PRIMEIRA FASE

1. Taj Burrow (AUS) 12,07 x Jeremy Flores (FRA) 12,17 x Brett Simpson (EUA) 6,30
2. Kelly Slater (EUA)19,27 x Adrian Buchan (AUS) 12,06 x Ricardo Christie (NZL) 11,76
3. John John Florence (HAV) 10,66 x Wiggolly Dantas (BRA)15,97 x CJ Hobgood (EUA) 9,94
4. Gabriel Medina (BRA)12,33 x Freddy Patacchia Jr. (HAV) 7,77 x Alejo Muniz (BRA) 4,90
5. Mick Fanning (AUS) 5,50 x Ítalo Ferreira (BRA)7,07 x Alex Ribeiro (BRA) 2,00
6. Adriano de Souza (BRA) 17,90 x Kai Otton (AUS) 10,60 x David do Carmo (BRA) 5,03
7. Josh Kerr (AUS) 11,97 x Jadson André (BRA)14,04 x Dusty Payne (HAV) 10,03
8. Jordy Smith (AFS) 10,67 x Sebastian Zietz (HAV) 12,06 x Keanu Asing (HAV) 10,60
9. Nat Young (EUA) 6,17 x Bede Durbidge (AUS) 14,84 x Glenn Hall (IRL) 11,94
10. Filipe Toledo (BRA) 16,27 x Kolohe Andino 11,93 (EUA) x Adam Melling (AUS) 8,40
11. Julian Wilson (AUS) 9,10 x Miguel Pupo (BRA)9,26 x Matt Banting (AUS) 9,76
12. Joel Parkinson (AUS) 13,47 x Owen Wright (AUS) 10,34 x Matt Wilkinson (AUS) 14,96

Fonte:GloboEsporte