CIÊNCIA & TECNOLOGIA

Ministro participa de aula inaugural do Instituto Militar de Engenharia

Aldo Rebelo elencou três desafios permanentes para o setor, e reforçou o papel do ministério no que diz respeito à inovação.

Em 09/02/2015 Referência JCC

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, participou na última sexta-feira (6) de uma aula inaugural no Instituto Militar de Engenharia (IME), na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

Durante a ocasião, o titular da pasta afirmou que ampliar a soberania científica e tecnológica do País, elevar o padrão de vida material e espiritual da população brasileira e ampliar os horizontes da democracia são os três desafios permanentes das disciplinas de Ciência, Tecnologia e Inovação. 

"O papel do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) é liderar politicamente o esforço – junto ao governo, ao Congresso Nacional, às empresas, aos movimentos sindicais – de valorizar socialmente e institucionalmente a agenda de CT&I", afirmou.

A uma plateia lotada de militares do curso de graduação em engenharia do instituto militar, Aldo Rebelo disse que ciência, tecnologia e inovação são decisivas para o futuro do País. E ressaltou a necessidade de o Brasil promover a inovação. "Precisamos desesperadamente inovar", afirmou.

Segundo o ministro, o dinamismo do Brasil depende hoje da agricultura, da pecuária e da mineração, que contribuem para que o País ocupe a sétima ou oitava posição na economia mundial. "Temos que louvar esses setores", disse, destacando que a agricultura, por exemplo, só evoluiu graças à inovação.

Longo prazo

Contudo, Aldo salientou que essa posição econômica do Brasil no mundo não é sustentável a médio e longo prazos, porque nos quesitos ciência, tecnologia e, principalmente, inovação, o País ocupa posições desvantajosas nos principais rankings mundiais. "O dinamismo da nossa economia não se sustenta apenas nestes setores (agricultura, pecuária e mineração), que oscilam muito", disse.

O ministro recorreu ao déficit de US$ 90 bilhões obtido pela conta de transações correntes (TC) do Brasil em 2014, para mostrar como a CT&I podem influir nesses valores. Do total, cerca de US$ 88 bilhões correspondem ao déficit nas contas de serviços e de renda, compostas por itens como aluguel de máquinas e equipamentos, computação, informação e pagamentos de royalties e licenças para produção de bens e serviços patenteados. "Esse registro mostra como nós pagamos um preço elevado quando não inovamos", afirmou.

Aldo destacou que é preciso sensibilizar as empresas nacionais para o esforço de investir em CT&I. "Temos um sistema qualificado de pesquisas, bons institutos, bons pesquisadores, recursos públicos", disse. "Nossa engenharia já produziu grandes empresas, como a Embraer, a Vale e a Petrobras", acrescentou. "Podemos fazer satélites, foguetes, fechamos o ciclo do urânio", mas, segundo ele, não temos muitas empresas que investem no setor.

Defesa

O ministro ressaltou ainda a importância do investimento em pesquisas e inovação na área da defesa. "Nós precisamos de um País forte em ciência, em tecnologia e em inovação, porque investir na segurança nacional também é uma forma de prover bem-estar à população brasileira", disse. "Temos de cuidar dos interesses do País, da economia e do domínio das tecnologias sensíveis na área da defesa", completou.      

Aldo Rebelo acrescentou que o MCTI apoiará e incentivará os projetos de pesquisa e inovação na área da defesa, por meio dos seus programas existentes.

Antes da aula inaugural, o comando do IME, por meio do general de Exército Sinclair Mayer (chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia), apresentou ao ministro o projeto do Polo de Ciência e Tecnologia do Exército em Guaratiba (PCTEG).  

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação