Missa de encerramento da Festa da Penha reúne mais de 200 mil no ES.

Mais de 200 mil fiéis lotaram a Prainha de Vila Velha , na Grande Vitória, durante a missa de encerramento da Festa da Penha, nesta segunda-feira (13). O número foi divulgado pela organização do evento. Segundo o arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, o local se tornou a 'praça da paz, da fé e da esperança'.

Críticas à redução da maioridade penal e às más condições do sistema carcerário marcaram a mensagem do arcebispo em sua homilia. De acordo com Dom Luiz, tem muita gente querendo que menores de idade sejam condenados. “Mas o principal é que quem erra tem que ser punido, e não vingado. A vingança não faz parte. A prisão não pode ser lugar de vingança, tem que ser lugar de recuperação. Mas não tem sido. Está sendo lugar de aprendizado de crime”, alertou Dom Luiz, sendo ovacionado pelos fiéis.

Ele também fez alusão aos índices de violência contra mulheres e jovens no estado, e salientou a importância da família para combater a violência. “O casal é o mais importante na família. Tem que saber perdoar, se ajudar, nada de ficar com a cara feia um para o outro. Nossa família é lugar da paz”, afirmou.

Alimentos
Pela primeira vez, os fiéis que participaram dos nove dias de festa foram convidados a levar alimentos não perecíveis, resultando, segundo a organização, em mais de duas toneladas recolhidas. A distribuição será feira por vicentinos a pessoas carentes espalhadas por todo o estado.

Durante todos os dias de oitavário foram recolhidas assinaturas para um abaixo- assinado a favor da Reforma Política. Para o coordenador pastoral da Arquidiocese de Vitória, o padre Anderson Gomes, esse ato foi um dos gestos concretos da festa e da Igreja. “Precisamos sensibilizar a sociedade para a importância de acontecer uma reforma política para que mudanças, de fato, aconteçam”, disse o padre.

Uma equipe avaliará a organização deste ano e proporá e adequações para a próxima edição da Festa da Penha, terceira maior festa religiosa do país.

Carta
Uma carta aberta de Dom Luiz à sociedade capixaba foi divulgada ao final da celebração. Nela, ele pede que as pessoas se comprometam com a paz. “Igrejas, empresas de boa vontade, escolas, associações, comunicadores, devem somar com as autoridades constituídas para que se estabeleçam ambiente de paz no estado do Espírito Santo. Chega de mera denúncia”, conclamou a carta.

Fonte: G1-Espírito Santo