EDUCAÇÃO

Modelo de educação integral tem menor índice de abandono da rede pública.

O processo de aprendizagem ganha novo significado para os estudantes.

Em 02/06/2017 Referência JCC / Sedu

Quem entra na Escola Viva não abandona a sala de aula, nem os seus sonhos. A maior autonomia dada ao aluno é apontada como um dos diferenciais que leva a Escola Viva à evasão zero, diante do índice de 5,3% de abandono registrado no Ensino Médio nas escolas de tempo parcial.

“A proposta pedagógica da Escola Viva é dinâmica, flexível e acolhedora, com muitos instrumentos de desenvolvimento educativo e socioemocional dos estudantes, centrados no projeto de vida deles. O processo de aprendizagem ganha novo significado para os estudantes, a ponto de não quererem abandonar a escola”, observa o secretário de Estado da Educação, Haroldo Rocha.

A relação entre estudantes, professores e família também garante a permanência dos estudantes na escola. Na Escola Viva, a Tecnologia de Gestão Educacional (TGE) é adotada, em que há um monitoramento semanal da frequência e das notas do estudante. Se ele começa a faltar muito às aulas, a coordenação pedagógica entra em contato com a família para saber o que está acontecendo e como pode ajudar.

O resultado dessas iniciativas é uma maior identificação entre aluno e escola. Com uma taxa de 80,94% de aprovação, o projeto de vida de cada estudante é o centro das atenções do programa.

Para a estudante Amanda Bravim, que é aluna da Escola Viva São Pedro, em Vitória, desde 2015, a grande motivação de ir todos os dias para a escola são as oportunidades ofertadas. “Aqui a gente conta com uma participação maior dos professores no nosso dia a dia. Eles estão sempre presentes, procuram saber como estamos, o que pretendemos fazer no futuro. Isso é muito bom e nos ajuda a identificar o que queremos ser”, disse.

“São tantas as atividades que temos na escola, como clubes, disciplinas eletivas, aprofundamento de estudos, que a gente nem vê o tempo passar. Aqui aprendemos coisas que não imaginávamos que aprenderíamos na escola. Nas disciplinas eletivas, por exemplo, temos palestras, visitas, desenvolvemos projetos, coisas que são muito importantes para escolhermos uma profissão e definir nosso projeto de vida”, destacou Rodrigo Mutz, que é estudante da 3ª série do Ensino Médio, da Escola Viva São Pedro.

Atualmente, ofertando mais de 10 mil vagas para estudantes de várias regiões do Espírito Santo, o programa Escola Viva está proporcionando um leque de oportunidades para os jovens capixabas. Já são 17 unidades implantadas, em 15 municípios: Afonso Cláudio, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Ecoporanga, Guaçuí, Iúna, Linhares, Montanha, Muniz Freire, Pedro Canário, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.

A Escola Viva nasceu para ser uma escola de educação integral, com experiências educacionais amplas e profundas. Formar jovens capazes de realizar sonhos, competentes no que fazem e solidários com o mundo em que vivem. É com esses objetivos que o programa Escola Viva foi implantado e está sendo ampliado na rede pública estadual.

O programa Escola Viva possui um conjunto de inovações: acolhimento aos estudantes, às equipes escolares e às famílias; avaliação diagnóstica/nivelamento; disciplinas eletivas; salas temáticas; ênfase práticas em laboratórios; tecnologia de gestão educacional; tutoria; aulas de projeto de vida; aulas de práticas e vivências em protagonismo; aula de estudo orientado; e aprofundamento de estudo (preparação acadêmica/mundo do trabalho).

A Escola Viva cresce a cada dia em todo o Estado. Até 2018, serão 30 unidades Escola Viva com a oferta de 18 mil vagas e novas oportunidades para os jovens.

Escola Viva

Com um currículo diversificado, organização curricular flexível, a Escola Viva conta com as disciplinas obrigatórias (Português, Matemática, Química, Física e etc.) e também eletivas, em que os estudantes escolhem de acordo com seu interesse e aptidão.

Disciplinas eletivas, são disciplinas temáticas, oferecidas semestralmente, a partir de uma seleção de temas propostos pelos professores e/ou pelos estudantes, em duas horas de aulas sequenciadas, que objetivam diversificar, aprofundar e/ou enriquecer os conteúdos e temas trabalhados nos componentes curriculares da Base Nacional Comum.

A partir de sua oferta, objetiva-se que o estudante aprofunde conceitos ao longo do Ensino Médio, diversificando e ampliando seu repertório de conhecimentos e descobrindo o prazer de seguir em busca de mais conhecimentos ao longo da vida, sempre numa perspectiva ampla, considerando as diversas áreas da produção humana.

Na Escola Viva, os professores não são meros agentes transmissores de conhecimento. Eles exercem o papel de articuladores entre o mundo acadêmico, as práticas sociais e a realização dos projetos de vida dos estudantes, cujas práticas cotidianas, planejadas e apoiadas pela equipe escolar, irão conduzi-los ao exercício das competências fundamentais para a construção dos seus projetos de vida.

Os professores não atuam só nas disciplinas exercidas, eles também atuam com a “tutoria”, que faz parte da metodologia do Programa Escola Viva. Na tutoria, cada profissional é responsável por um grupo de alunos, no qual no início das aulas os próprios estudantes definiram quem seria seu tutor. O profissional tem o papel de acompanhar o desenvolvimento dos alunos no qual ele é tutor. Saber se está indo bem nas outras disciplinas, se está feliz, se tem algum projeto que ele possa ajudar a desenvolver, entre outros.

Além da estrutura diferenciada e do currículo inovador, na Escola Viva os profissionais possuem dedicação integral e o tempo que o aluno permanece na escola é de 9 horas e 30 minutos. A carga horária é das 7h30 às 17 horas, sendo 1h20 minutos para o almoço e dois intervalos de 20 minutos para o lanche, ofertados dentro da escola.

O Programa de Escolas Estaduais de Ensino Médio em Turno Único, denominado “Escola Viva”, foi instituído pela Lei Complementar Nº 799, que prevê a implantação de 30 escolas em turno único até 2018.