CIDADE

Morador junta pó preto acumulado por 24 horas em pote, no ES

Moradores de vários bairros de Vitória estão insatisfeitos com situação.

Em 09/01/2015 Referência JCC

Um morador da Enseada do Suá, em Vitória, guardou em um pote de plástico a quantidade de pó preto acumulado em menos de 24 horas, na própria residência. Segundo o músico Marcos Modenese, além da sujeira, a poluição também vem trazendo problemas a saúde. Moradores de outros bairros, como Ilha do Frade, Jardim Camburi e Jardim da Penha, também reclamaram da situação. Eles dizem que o problema só aumenta com a chegada do verão. 

O Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) informou que toma as medidas para reduzir os níveis de poluentes, e que o Espírito Santo está a frente de outros estados quando o assunto é gestão ambiental. Já as empresas Vale e Arcelor Mittal, responsáveis pela emissão de parte do pó preto na cidade, disseram que também fazem o controle do poluente e que estão dentro do tolerado pela legislação ambiental.

De acordo com o músico, ele e a família convivem diariamente com a sujeira trazida pela poeira. Por isso, há cerca de cinco anos, Marcos contou que foi diagnosticado com problemas respiratórios, sendo necessário até o uso de uma bomba de ar.  "Tomo pelo menos seis medicamentos por dia e o médico disse que tem a ver com esse pó preto sim. Ele falou que esse ar poluído que eu respiro vai contaminando meus pulmões e a minha traqueia", explicou.

Outro morador que também sofre com a poluição do pó preto é o representante da associação de moradores da Ilha do Frade, Paulo Esteves. Segundo ele, até o cachorro é prejudicado com a emissão."Quando eu cheguei aqui, em 1988, a emissão não era tão grande. Uns cinco anos depois disso, tudo começou a piorar", disse em entrevista ao jornal A Gazeta. Ele ainda contou que o incômodo aumenta com a chegada do verão. "Toda vez que tem um período longo sem chuva, a poluição aumenta", acrescentou.

A situação é a mesma para o servidor público Evandro Figueiredo, morador do bairro Jardim Camburi há 16 anos. "Temos que lavar a varanda de casa todos os dias. Não podemos deixar a janela aberta, porque quando bate o vento, piora mais ainda", contou.

O Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) disse que mede sempre a quantidade de poluição, mas que ainda está fazendo um estudo para definir uma ação mais efetiva. "A Secretaria de Meio Ambiente tem se empenhado em melhorar a qualidade do ar, em aperfeiçoar a gestão ambiental e em reduzir os níveis de poluentes. Por isso, nós criamos padrões de qualidades do ar mais restritivos do que a própria legislação nacional, e também estamos realizando estudos inéditos em níveis nacional. Mas essa resposta vem com o tempo. O que nós podemos dizer é que o Espírito Santo está na vanguarda em termos de controle e gestão atmosférico", explicou o representante do Iema, Alexandre Barros Silveira.

Já as empresas Vale e Arcelor Mittal garantiram que medem ações para controlar a emissão do pó preto. A Vale destacou que é equipada com telas ao redor das pilhas de minério que reduzem em quase 80% a propagação da poeira. Além disso, informou que reforça os controles ambientais em situações climatológicas como as observadas nos últimos dias.

A Arcelor Mittal disse ainda que, no verão, intensifica os trabalhos para a redução dos poluentes e que está investindo cerca de R$ 100 milhões em um projeto que prevê melhorias no ponto de vista ambiental.

Fonte: G1-Espírito Santo