SAÚDE

Moradora faz papel de "vizinha amiga" e ajuda idosos a combater mosquito.

"O combate à dengue é coisa séria, e todo mundo precisa ajudar".

Em 29/02/2016 Referência JCC

Na guerra contra o mosquito da dengue, Zika vírus e chikungunya, os especialistas são unânimes em dizer que o envolvimento da sociedade é essencial para o controle do Aedes aegypt, principal vetor dessas doenças. No Bairro República, uma moradora assume o papel de vizinha amiga para ajudar pessoas idosas da comunidade a controlar e evitar eventuais focos do mosquito em suas casas. 

Aos 62 anos, Regina Botelho Campbell tem energia de sobra para atuar como manicure, cuidadora da mãe, de 83, e ainda ajudar sete vizinhos idosos a tomar conta de suas plantas e quintais, vigiar entupimento de calhas e caixas d’água descobertas. Representante da comunidade no Conselho de Saúde local, ela resolveu arregaçar as mangas e dar o exemplo para outras pessoas.

"É muito fácil apontar o dedo e dizer que o vizinho não cuida de seu quintal, que é lá que está o foco da dengue, mas é preciso ter um olhar para as pessoas que precisam de ajuda e despertar a consciência de que devemos atuar em prol da comunidade como um todo", observa Regina.

Quando precisa olhar a caixa d’água e limpar calhas, Regina vai atrás de ajuda de outros vizinhos mais jovens. "É preciso despertar o sentimento de caridade e solidariedade, ensinar isso nas escolas, em casa. O combate à dengue é coisa séria, e todo mundo precisa ajudar".

Elogios dos vizinho

Nas casas aonde vai, Regina é recebida com demonstrações de afeto pelos idosos, que não poupam elogios à iniciativa da amiga. "Ela é um anjo", diz dona Etelvina Borgo, de 103 anos, que mora com a filha Griselda Borgo, 75, que está há um mês acamada, após cirurgia no joelho. "Uma casa sem plantas fica sem vida. É ela quem cuida dos nossos vasos, que não são poucos, e não deixa água acumular", reforça Griselda.

Antes de deixar a casa, Regina ensina a cuidadora das duas senhoras a manter os ralos tapados. E segue adiante até a casa de Aleni Leonel da Silva, de 80 anos, e executa as mesmas tarefas. Retira os pratinhos dos vasos e confere se está tudo certo antes de ir embora. Na saída, ganha o sorriso e o abraço caloroso da amiga.

Boa receptividade a agentes de combate a endemias

Um temor comum entre idosos que moram sozinhos é receber pessoas estranhas em casa. Portanto, uma dica que Regina deixa para quem tem vizinhos idosos é se disponibilizar para apresentar e acompanhar o agente de combate a endemias durante a visita de vistoria. "Não dá para deixar só por conta dos agentes de endemias. Cada um tem de fazer a sua parte", ensina.

A gerente da Unidade de Saúde (US) do Bairro República, Jociane Penha e Silva, elogia a iniciativa da moradora. "O bairro tem muitos idosos. Não adianta o agente fazer o combate numa semana e os quintais voltarem a ter focos na semana seguinte. Mas a nossa comunidade está cada vez mais consciente e mobilizada, e o índice de mosquitos tem reduzido", conclui.

A comunidade, mobilizada pela US do bairro, realizou nesta semana uma força-tarefa para identificar e eliminar focos do mosquito Aedes aegypti.

Ações

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) tem realizado diversas ações integradas com as unidades de saúde e agentes de combate a endemias, com participação do Corpo de Bombeiros e das Forças Armadas, para orientar moradores sobre a importância de eliminar criadouros do mosquito e evitar a criação de novos depósitos de água.

Nesta sexta-feira (26), foi a vez da Unidade de Saúde do Forte São João receber a equipe e subir ruas e avenidas em busca de focos e trabalhar na eliminação de eventuais criadouros. Na terça-feira (1º de março), a ação será no Parque Moscoso; na quarta (2), na Ilha do Boi; e na quinta (3), em Maruípe.

Fonte:PMV