MEIO AMBIENTE

Multinacionais pedem a Trump para respeitar acordo de Paris.

Mais de 360 empresas emitiram um comunicado nesta quarta-feira.

Em 16/11/2016 Referência JCC

Mais de 360 empresas, em sua maioria americanas, pediram ao presidente eleito Donald Trump que respeite o Acordo de Paris contra o aquecimento global, em um comunicado divulgado durante a COP 22 nesta quarta-feira (16). De acordo com uma fonte da equipe de Trump, o republicano está procurando maneiras rápidas de retirar o país do acordo global.

"Pedimos a nossos líderes eleitos que apoiem claramente a participação contínua dos Estados Unidos no Acordo de Paris", afirma o texto. Nike, Gap, Starbucks, Levi's e DuPont estão entre as empresas signatárias da carta aberta a Trump e a membros do Congresso.

Quatro dias antes da vitória de Trump no último dia 8, o Acordo de Paris de 2015 entrou em vigor, com o apoio de governos que vão da China a pequenos Estados - 195 países o aprovaram na COP 21, em dezembro de 2015.

O novo presidente eleito classificou o aquecimento global de farsa e prometeu romper com o acordo, que já foi defendido enfaticamente pelo atual presidente norte-americano, Barack Obama.

Os conselheiros de Trump estão analisando formas de contornar um procedimento que faz com que países signatários levem quatro anos para abandonar o pacto, segundo a mesma fonte que trabalha com a equipe de transição a cargo de energia internacional e política climática.

"Foi uma irresponsabilidade o Acordo de Paris entrar em vigor antes da eleição", disse à Reuters, falando sob condição de anonimato.

Em seu Artigo 28, o acordo diz que qualquer país que queira se retirar depois de ter assinado precisa esperar quatro anos. Em teoria, a data mais próxima para isso seria 4 de novembro de 2020, na época da próxima eleição presidencial norte-americana.

O pacto parisiense conquistou endosso suficiente para ser colocado em prática no dia 4 de novembro, quatro dias antes da votação nos EUA.

O Acordo de Paris, que é destinado a substituir o Protocolo de Kioto em 2020, é o primeiro pacto universal para tentar combater a mudança climática. Ele tem como objetivo manter o aumento da temperatura média mundial "muito abaixo de 2°C", mas "reúne esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5°C", em relação dos níveis pré-industriais.

Fonte: g1-SP