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Mundo é responsável por pior ano da guerra Síria, diz ONG.

O relatório firmado por 21 organizações de defesa dos direitos humanos critica a incapacidade dos Estados.

Em 12/03/2015 Referência JCC

A comunidade internacional é, em parte, responsável pelo "ano mais sombrio" que já viveram os civis atingidos pelo conflito na Síria, por não conseguir administrar o crescente desastre humanitário, afirmaram várias organizações não governamentais em um relatório publicado nesta quinta-feira.

O relatório firmado por 21 organizações de defesa dos direitos humanos critica a incapacidade dos Estados para aplicar uma série de resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas visando proteger os civis afetados pela guerra deflagrada há mais de quatro anos.

A ONU aprovou três resoluções em 2014 para que as partes em conflito protegessem os civis, com o objetivo de garantir que milhões de pessoas tivessem acesso à ajuda humanitária.

"As resoluções e esperanças que elas traziam se converteram em algo sem sentido para os civis sírios. Foram ignoradas ou menosprezadas pelas partes beligerantes, por países membros da ONU e, inclusive, por membros do Conselho de Segurança".

Em 2014 o conflito sírio deixou ao menos 76 mil mortos, do total de 210 mil óbitos desde 15 de março de 2011.

O relatório acusa as forças sírias e os rebeldes de atacar infraestruturas civis, incluindo escolas e hospitais, e de impedir a chegada da ajuda humanitária.

O documento destaca ainda que em 2014 apenas 57% dos fundos necessários para a entrega de material humanitário foram recebidos, contra 71% em 2013.

O texto, firmado por organizações como Oxfam, Comitê Internacional de Resgate e Save the Children, afirma que 7,8 milhões de sírios vivem atualmente em zonas catalogadas pela ONU como "de difícil acesso" para a entrega de assistência, mais que o dobre em relação a 2013.

"Em toda a Síria, as crianças não estão recebendo educação, já que não podemos chegar até eles, muitas escolas foram destruídas e os pais têm medo de mandar seus filhos para o colégio", destaca Roger Hearn, diretor regional da organização Save the Children.

Fonte: AFP/Exame