MEIO AMBIENTE

Nível do Rio Doce cai em Colatina após onda que antecede lama.

De terça (10) para quarta (11) nível do rio passou de 173 cm para 140 cm.

Em 11/11/2015 Referência JCC

O nível do Rio Doce em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, caiu mais de 40 centímetros de um dia para o outro, após a passagem da onda de cheia, que antecede a lama proveniente das barragens de rejeitos rompidas em Mariana, Minas Gerais. Nesta terça-feira (10), o rio estava em 173 centímetros e, nesta quarta (11), apontava 130 centímetros na régua da Agência Nacional das Águas.

Segundo o boletim emitido pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a onda de lama deve chegar a Baixo Guandu, nesta sexta-feira (13). Já em Colatina, a previsão é que chegue entre o sábado (14) e o domingo (15). Em Linhares, última cidade a ser afetada pela onda de lama, deve chegar entre a segunda (16) e a terça-feira (17).

Mesmo com a 'trégua' entre a passagem da onda e a chegada da lama, a Defesa Civil Estadual informou que segue em alerta na região.

“A gente continua aqui e vai permanecer como braço do governo, como apoio aos municípios atingidos por esse desastre. Só vamos desmobilizar esses recursos quando normalizar o abastecimento de água nos dois municípios, em Baixo Guandu e Colatina”, falou o coronel Fabiano Bonno.

Multa
A Secretaria de Meio Ambiente do Espírito Santo informou que vai lavrar uma multa à Samarco. Segundo o secretário Rodrigo Júdice, o valor ainda não foi calculado, mas vai ser proporcional ao patrimônio da empresa, bem como ao dano causado.

Nesta manhã, a usina de Mascarenhas, em Baixo Guandu, Noroeste do Espírito Santo, abriu três comportas. Esta é uma estrategia adotada para diminuir os efeitos da enxurrada de lama das barragens da Samarco.

A reportagem sobrevoou a região e, no final da manhã, os rejeitos de mineração estavam na divisa do Espírito Santo com Minas Gerais, na cidade de Resplendor, a 43 km de Baixo Guandu.

Assim que a lama chegar ao primeiro município capixaba, o abastecimento de água será interrompido. A Defesa Civil e os bombeiros monitoram a região que margeia o Rio Doce. O nível já começou a ficar mais elevado, entre 30 e 40 cm, e, por isso, a preocupação é retirar a população que vive às margens do leito.

Água turva
Em Baixo Guandu, por volta das 5h, alguns moradores começaram a chegar na ponte sobre o Rio Doce para esperar pela chegada da lama, mas só viram a água mais turva.

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) informou que esta água turva, que vem antes da lama, chegou ao município por volta das 22h desta segunda-feira (9).

A turbidez identificada anteriormente pelo Saae trata-se da água vinda da barragem de Aimorés, que, como aconteceu em outras cidades, chega, em média, 24 horas antes da onda de lama.

Fonte: G1-ES