CENÁRIO EMPREENDEDOR

O ambiente corporativo no Brasil está doente!

O que poderia, então, estar potencializando essa situação?

Em 09/07/2018 Referência JCC, Prof. José Luiz Mazolini

O ambiente corporativo no Brasil está doente! A afirmação é do psiquiatra e educador paulista Augusto Cury, que se transformou, nos últimos anos, em um dos maiores escritores brasileiros em número de livros vendidos. Em 2017, segundo a Nielsen, ele foi o autor brasileiro de maior sucesso, superando em 200% o segundo colocado, Mário Sérgio Cortella. Desde 2003, Cury publicou mais de 70 títulos e vendeu 25 milhões de exemplares.

O “Vendedor de Sonhos”, virou filme de Jayme Monjardim com o ator Dan Stulbach, em 2016. Suas teorias são baseadas na necessidade de aprimoramento da inteligência socioemocional nas escolas, nas empresas e até nos presídios. Ele criou um método de ensino, a Escola da Inteligência, que foi adotado por mil escolas no Brasil, e que atende 350 mil alunos do ensino básico.

Por diversas vezes, foi e será sempre minha a satisfação de conversar, pessoalmente e demoradamente, com Cury, ouvindo seus métodos, conceitos e experiências e, sempre que questionado sobre o por que ainda existe interesse das pessoas em estudar as teorias sobre inteligência emocional, se esse assunto não é tão novo assim no universo acadêmico? Augusto Cury sempre defendeu que, cada vez mais, aplicar em sala de aulas disciplinas como português, matemática, história e geografia já não é suficiente para formar um jovem empreendedor, que sabe se relacionar, liderar, gerenciar pessoas e trabalhar suas emoções. Tanto é que o Ministério da Educação (MEC) chegou à conclusão de que precisa trabalhar habilidades não cognitivas e por isso incluiu a inteligência emocional na Base Nacional Curricular Comum (BNCC), a partir de 2019.

Cury afirma que falta muita inteligência emocional ao brasileiro hoje. Antes mesmo de o escritor americano Daniel Goleman lançar seu primeiro livro sobre inteligência emocional, Cury já falava sobre a necessidade de administração da emoção no Brasil. Falta desenvolver a habilidade do “eu”, da autoconfiança. É preciso ser diretor do nosso script, ter consciência crítica, desenvolver a capacidade de escolha. O “eu” tem de saber gerenciar as próprias emoções e os próprios pensamentos.

Sofrimentos por antecipação, ruminação de mágoas, incapacidade de enfrentar perdas e de lidar com frustrações, não são situações que ocorrem apenas no Brasil. Existem muitos líderes educacionais em Portugal, no Panamá, em Angola e vários outros nos Estados Unidos, que sentem que precisa haver uma revolução no sistema de ensino e na formação dos alunos.

O que poderia, então, estar potencializando essa situação?

Segundo Cury, são muitas questões, principalmente a tecnologia. Estamos na era do entretenimento. Nunca foram tão acessíveis as formas de lazer e de prazer. Mas, segundo estatísticas recentes, 50% da população mundial, cedo ou tarde, desenvolverá algum transtorno psicológico ao longo da vida, como depressão, anorexia, síndrome do pânico e aí por diante. Então, isso mostra como avançamos. Em termos tecnológicos, em termos sociais, o mundo ficou mais rico, mais conectado, mas menos feliz. O grande desafio é saber converter a tecnologia em felicidade, como traduzir tudo isso em bem-estar, como transformar todo esse crescimento em pessoas mais proativas, mais generosas, mais empáticas, mais altruístas, mais felizes.

Sobre o autor:

É professor universitário, com formação em Administração de Empresas e Pessoas; Marketing Estratégico de Negócios e Esportivo; Publicidade e Propaganda, além de MBA Executivo em Negócios Internacionais; ambos pela Universidade Norte do Paraná, Londrina/PR. É empresário, diretor da Mazolini Consultoria & Marketing do Correio Capixaba e CCNES, e palestrante/conferencista.

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