ECONOMIA INTERNACIONAL

OMC prevê que comércio mundial aumente apenas 3,3% em 2015 e 4% em 2016.

EUA, Cingapura e Hong Kong já ratificaram acordo, diz o diretor da OMC, Roberto Azevêdo.

Em 14/04/2015 Referência JCC

O comércio mundial deverá aumentar 3,3% em 2015 e 4% em 2016, diz relatório divulgado hoje (14) pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

Com esses números, a OMC revê para baixo as estimativas anteriores para 2015, que apontavam para acréscimos de 5% e, posteriormente, de 4,3%.

Em 2014, as trocas comerciais mundiais aumentaram apenas 2,8%, fazendo com que a média dos últimos três anos seja 2,4%.

SAIBA MAIS:

Três países já ratificaram acordo de facilitação comercial de Bali

 

O diretor-geral da Organização Mundial de Comércio, Roberto Azevêdo, disse hoje (3) que o pacote de Bali, fechado em dezembro de 2013 na Indonésia, representou “um sopro nas velas da negociação na OMC”.

Ele considerou positivo o desbloqueio, em novembro do ano passado, do acordo de facilitação do comércio, que integra o pacote e estava emperrado pelo impasse quanto ao programa de subsídios agrícolas da Índia. A entrada do acordo em vigor ainda depende de ratificação por dois terços dos 160 países-membros da OMC. Segundo Azevêdo, até agora, Estados Unidos, Cingapura e Hong Kong já ratificaram.

Para o diretor-geral da OMC, é “importante ratificar o acordo [no Brasil] o mais rápido possível”, e as autoridades brasileiras estão trabalhando para isso. Azevêdo destacou, no entanto, que o Brasil e outros países precisam seguir trâmites burocráticos junto no Parlamento para a ratificação. Para ele, é difícil prever quando todo o processo estará concluído.

“Houve um chamado da ministra do Comércio do Quênia para ver se conseguíamos atender [a ratificação] antes da conferência [10ª Conferência Ministerial da OMC, em Nairobi, em dezembro deste ano], mas é um prazo difícil de se prever”, afirmou. Azevêdo disse também que “é difícil, mas possível”, a retomada da Rodada de Doha. A OMC trabalha com um prazo até julho deste ano para terminar o programa de trabalho da conclusão da rodada. As negociações de Doha se baseiam no tripé agricultura, bens industriais e serviços. 

Azevêdo destacou também os 20 anos da OMC, criada em 1995. Segundo ele, o organismo teve grande importância em momentos como o período pós-crise financeira global em 2008, quando havia temor de um retorno ao protecionismo econômico. Ele disse ainda que o mecanismo de solução de controvérsias da OMC já arbitrou 500 disputas, envolvendo cerca de US$ 1 trilhão.

O diretor-geral da OMC falou sobre os temas em entrevista conjunta com os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro. Os três participaram de entrevista à imprensa para falar sobre as atividades de Azevêdo em visita ao Brasil. “Vim explicar o que está acontecendo e sobretudo ouvir interesses e preocupações brasileiras”, declarou Roberto Azevêdo. Antes de Brasília, ele esteve em São Paulo. Na capital federal, deve se encontrar com autoridades e representantes do setor privado.

Por Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil