POLÍTICA NACIONAL

Pela terceira vez, Delcídio não aparece no Conselho de Ética do Senado.

Advogado informou que senador ainda não recebeu cópias do inquérito.

Em 19/04/2016 Referência JCC

O senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) não compareceu nesta terça-feira (19) ao Conselho de Ética do Senado para prestar depoimento no processo que pede a perda do seu mandato por quebra de decoro parlamentar. Esta é a terceira vez que o ex-líder do governo não comparece em data agendada para prestação de esclarecimentos.

A defesa de Delcídio alega que o senador não recebeu todos os documentos relativos à representação em seu desfavor e, por isso, o parlamentar não tem totais condições para se defender das acusações.

“Entre os integrantes do Conselho de Ética, existem advogados, e eles sabem que sem ter acesso a todo o conteúdo da denúncia o senador não pode se defender. Não é possível se defender sem saber daquilo que se está sendo acusado”, justificou o advogado de Delcídio no Conselho de Ética, Raul Amaral.

Segundo o defensor, Delcídio está em São Paulo, mas não abre mão de prestar o depoimento ao colegiado.

Delcídio foi preso pela Polícia Federal em novembro do ano passado por tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Ele ficou preso durante 87 dias em Brasília, mas foi solto em fevereiro após fechar acordo de delação premiada. Em dezembro de 2015, os partidos Rede e PPS protocolaram uma representação contra o senador no Conselho de Ética do Senado.

Desde que foi solto em fevereiro, Delcídio não retornou às atividades parlamentares. No período, ele apresentou quatro licenças médicas ao Senado, a última delas relativa a uma cirurgia para retirada da vesícula.

O advogado disse que Delcídio ainda não retirou todos os pontos da cirurgia e que já solicitou mais um período, cuja duração não foi informada, para se

Gravação
Em gravação obtida pela Polícia Federal, Delcídio do Amaral aparece oferecendo um plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Em troca, Delcídio queria que Cerveró não o citasse em acordo de delação premiada. No áudio, Delcídio também diz ao filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, que conversaria com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para que fosse concedido um habeas corpus para Cerveró.

A defesa de Delcídio no Conselho de Ética alega que o senador não estava atuando como parlamentar no momento da gravação e que a possível conversa com ministros era “simples” bravata. O relator da representação em desfavor de Delcídio, Telmário Mota (PDT-RR), considerou as justificativas “fracas” e recomendou a continuação do processo que cassa o mandato do senador. O relatório foi aprovado por unanimidade pelo colegiado.

Fonte: G1