ECONOMIA INTERNACIONAL

Petróleo opera em alta, mas fraqueza do mercado gera cautela.

Os preços do petróleo têm recuado há mais de um ano e o problema só parece piorar.

Em 22/12/2015 Referência JCC

s contratos futuros de petróleo operam em alta na manhã desta terça-feira (22), porém há o temor de que o excesso de oferta nesse mercado continue a pressionar os preços nos próximos meses.

Às 7h05 (de Brasília), o petróleo para fevereiro subia 0,98%, a US$ 36,16 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para fevereiro avançava 0,77%, a US$ 36,63 o barril, na ICE, em Londres. Na segunda-feira, o barril do Brent chegou a recuar à mínima em 11 anos.

"Esta reação técnica não deve durar muito, porque ainda não há solução à vista para o problema de que a oferta supera a demanda", afirmou um operador de Cingapura.

Os preços do petróleo têm recuado há mais de um ano e o problema só parece piorar, com os produtores insistindo em manter a produção a fim de garantir fatia de mercado. O sentimento recebeu mais um golpe na semana passada, após um relatório mostrar que os EUA haviam aumentado o número de poços e plataformas em atividade. Mais tarde, às 19h30, o American Petroleum Institute (API) divulgará seu relatório semanal de estoques de petróleo nos EUA. Na quarta-feira, sai o dado de estoques oficial do Departamento de Energia.

No domingo, dados mostraram que a Arábia Saudita exportou 3,6% mais em outubro ante setembro. No ano, a exportação do país avançou 6,8%, mesmo com uma queda de 42% nos preços nessa mesma comparação. A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo. Além disso, na sexta-feira o presidente dos EUA, Barack Obama, firmou uma lei que acaba com uma proibição em vigor havia 40 anos de que o país exportasse petróleo. Com isso, pode haver ainda mais oferta no mercado global.

Para o analista de petróleo e gás Gao Jian, porém, os preços já caíram tanto que é possível acreditar que eles têm pouco espaço para recuar mais. O forte apetite chinês pelo petróleo pode apoiar os preços, já que Pequim continua a aproveitar os preços fracos para elevar suas reservas estratégicas.

O analista Daniel Ang, da Phillip Futures, acredita também que os preços têm agora pouco espaço para cair mais. Por outro lado, não prevê grande reação nos contratos. Para Ang, os preços do petróleo devem oscilar entre US$ 35 e US$ 40 o barril no restante deste ano. Segundo ele, se a nova leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, divulgada mais tarde (às 11h30 de Brasília), vier forte, isso deve fortalecer o dólar e pressionar o preço do petróleo, já que a commodity é cotada nessa moeda e com isso fica mais cara para os detentores de outras divisas.

Fonte: Dow Jones Newswires.