POLICIA

Polícia Federal deflagra 8ª fase da Operação Acrônimo no DF, RJ, SP e MG

Ao todo, 11 pessoas são alvo de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a depor).

Em 15/09/2016 Referência JCC

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (15) a 8ª fase da Operação Acrônimo. Segundo a corporação, o objetivo desta etapa é apreender documentos que possam esclarecer a existência de uma suposta organização criminosa especializada em se beneficiar junto ao governo federal com pagamentos de vantagens indevidas a agentes públicos. São cumpridos ao todo 20 mandados judiciais expedidos pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal.

As ações ocorrem em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ao todo, 11 pessoas são alvo de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a depor).

Ainda de acordo com a PF, a ação está focada em dois inquéritos policiais que investigam dois fatos distintos. O primeiro se refere à suspeita de cooptação e pagamento de vantagens indevidas para fraudar licitações no Ministério da Saúde, beneficiando uma gráfica pertencente a investigados.

A outra questão é a interposição de uma empresa na negociação de vantagens indevidas a agente público para conseguir financiamento de projetos no exterior pelo BNDES em Angola, Cuba, Panamá, Gana e México e República Dominicana. Segundo a polícia, uma empreiteira brasileira foi a grande beneficiada.

A PF informou que ação desta quinta não envolve investigados com foro privilegiado. Suspeitos com essa prerrogativa serão julgados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Acrônimo

Em maio de 2015, quando deu início à Operação Acrônimo, a PF buscava a origem de mais de R$ 110 mil encontrados em um avião no aeroporto de Brasília, em outubro do ano passado. A aeronave transportava empresário Benedito Rodrigues de Oliviera Neto, conhecido como Bené, apontado como suposto operador do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).

Bené já foi preso em outra fase da Operação Acrônimo, mas liberado após pagar fiança. Ele se tornou delator da Acrônimo. Também na 1ª fase da Acrônimo, a PF fez buscas no apartamento da mulher de Pimentel, a jornalista Carolina de Oliveira, em Brasília. Na época, o governador classificou a ação como um "equívoco".

"Ocorre que o mandado de busca e apreensão foi expedido com base numa alegação, numa definição inverídica, absolutamente inverídica”, disse o governador na ocasião. Dois dias depois, o advogado de Carolina de Oliveira, Pierpaolo Bottini, entregou à Justiça Federal em Brasília documentos que comprovariam a inocência da primeira-dama mineira.

A segunda etapa

A segunda etapa da operação cumpriu mandados de busca e apreensão em Brasília, Belo Horizonte, Uberlândia, Rio de Janeiro e São Paulo em junho de 2015. Em Belo Horizonte, os agentes apreenderam material em um escritório onde funcionou o comitê campanha de Pimentel em 2014, no bairro da Serra. Em Brasília, um dos mandados foi cumprido em uma agência de publicidade.

À época, a assessoria de imprensa do governo de Minas Gerais disse que as ações da PF foram "abusivas".

Na terceira etapa da Acrônimo, deflagrada em outubro, policiais federais cumpriram 40 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, em São Paulo e no Distrito Federal.

Na casa do diretor-presidente

À época, foi cumprido mandado na casa do diretor-presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Mauro Borges, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com atuação entre fevereiro e dezembro de 2014, quando assumiu o cargo deixado por Pimentel.

A sétima fase ocorreu nesta terça-feira (13). Na ocasião, o empresário Felipe Torres Amaral foi alvo de condução coercitiva. Segundo a Procuradoria Geral da República, ele seria, sobrinho do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). A defesa do governador diz que Felipe é sobrinho da ex-mulher de Pimentel. No entanto, o advogado de Felipe Torres Amaral diz que o empresário é filho de uma prima da ex-mulher do governador e que "jamais manteve qualquer tipo de sociedade" com Pimentel.

Do g1-DF