CIDADE

Policiamento segue reforçado em ruas de Copacabana após tiroteio.

Três suspeitos morreram, oito foram presos; comandante da UPP foi baleado.

Em 11/10/2016 Referência JCC

O policiamento continuava reforçado nas ruas de Copacabana, na manhã desta terça-feira (11), após um intenso tiroteio na comunidade do Pavão-Pavãozinho que assustou moradores e fechou o comércio da região e de bairros vizinhos na tarde de segunda-feira (10).

De acordo com a Unidade de Polícia Pacificadora local, os militares do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar, que também estavam reforçando o policiamento na região, deixaram a comunidade durante a madrugada desta tera-feira. Ainda segundo a polícia, o clima era de tranquilidade e não houve registros de novos confrontos.

Fora os disparos durante a tarde de segunda-feira, comerciantes relataram ter ouvido a explosão de uma bomba. Vias de acesso à comunidade foram interditadas, e o acesso ao metrô do Complexo Rubem Braga ficou fechado por mais de uma hora.

O presidente da Associação de Moradores Viva Copacabana, Tony Teixeira, falou em entrevista ao Bom Dia Rio sobre o clima de tensão nas duras durante o confronto.

"Muitos disparos ali, envolta do morro Pavão-Pavãozinho,na Xavier da Silveira, Miguel Lemos. Apavorante. Parecia que a bala era na rua. Os moradores ficam amedrontados, ficam em pânico", disse Tony.

Para ele, é preciso que a polícia militar do Rio tenha suporte do governo federal para conter a chegada de armas no estado.

"A gente sempre tem solicitado, já há tempos,e temos sempre pedido que precisa ter o mesmo clima de Olimpíada e Copa do Mundo. Acho que o governo federal tem que dar um suporte para a polícia estadual, porque as armas vem de outros países, vem pelas fronteiras e aí a nossa polícia não tem como ter efetivo para combater tanta entrada de armas e drogas que vem tudo oriundo de outros países. Acho que é importante uma união de esforços pra gente tirar esse clima que está", completou Tony Teixeira.

Comandante da UPP e outros 2 PMs ficaram feridos
O capitão Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, Vinícius Apolinário de Oliveira, foi ferido por estilhaços. Ele foi levado para o Hospital Central da PM, no Estácio, e já teve alta. Outros dois PMs do Batalhão de Choque da corporação também foram feridos no confronto, mas o estado de saúde deles é estável.

 'Apertaram eles, pode mandar bala'; ouça
Diálogos entre policiais militares que participaram da operação policial nesta segunda-feira (10) em Copacabana mostram como foi parte da ação. O RJTV teve acesso a trechos das conversas, com PMs que estavam no helicóptero que sobrevoava a região atrás dos traficantes.

Em um dos pontos da conversa, um policial orienta o uso de gás e de armas na direção dos homens escondidos.

"Se quiser já pode jogar o gás. Joga o gás e se abriga", diz o policial (...) Apertaram eles, pode mandar bala. Eles tão atirando, eles tão atirando", diz o policial.

Em outro momento da gravação, é possível ouvir um policial recomendar que se atire caso os homens escondidos na mata se mexam. 

"Eu modulei com ele aqui, ele falou que não vai se mexer. Se eles se mexerem, pode atirar. O papo foi esse. Eles vão ficar deitados e parados. Se ele se mexer, pode dar neles."

Presos, feridos e mortos
O bairro de Copacabana ficou no meio do fogo cruzado durante quase todo o dia e espalhou medo entre outros bairros da Zona Sul como Botafogo, Lagoa, Ipanema e Botafogo. O tiroteio começou pela manhã e os moradores fizeram vários vídeos.

Pelo menos três policiais ficaram feridos, entre eles o comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), Vinicius Oliveira. Todos estão fora de perigo, segundo a corporação.

Três suspeitos morreram e oito foram presos, segundo a Polícia Militar.

Um dos momentos mais tensos foi a imagem dos suspeitos no alto do morro quando um deles cai da pedra após troca de tiros com a polícia. Ele é um dos três mortos na operação.

Outro flagrante mostra um grupo jogando pedras nos policiais militares na Rua Barão da Torre, em Ipanema. A ação foi filmada enquanto eles estavam no alto de um prédio próximo a uma das entradas da comunidade Pavão Pavãozinho.

De acordo com a PM, os confrontos começaram depois que várias bases da UPP Cantagalo Pavão Pavãozinho foram atacadas. O comandante da UPP, capitão Vinícius de Oliveira levou um tiro de raspão na barriga. Ele passou por exames e o estado de saúde dele é estável.

Outros dois policiais militares do Batalhão de Choque também ficaram feridos. Imagens mostram eles sendo socorridos, ainda no alto do morro. Dois suspeitos foram baleados e um deles morreu.

A polícia conseguiu prender o chefe do tráfico do Pavão-Pavãozinho e outros quatro criminosos. À noite, o clima estava mais tranquilo nas ruas de Copacabana próximas ao morro, como mostrou o RJTV.

Fonte: g1-RJ