MOTOR

Primeiras impressões: Mercedes-Benz GLA 250.

Crossover ganha versão intermediária, com motor 2.0 de 211 cavalos.

Em 13/04/2015 Referência JCC

A partir de 2016, um dos produtos a sair da fábrica que a Mercedes ergue em Iracemápolis (SP) será o crossover GLA. O modelo, que chegou ao país no ano passado, para encarar BMW X1 e Audi Q3 acaba de ganhar uma nova versão, para concorrer com versões mais potentes de seus pares.

Até então, o GLA só tinha 3 configurações: 200 Advance e 200 Vision, com motor 1.6 de 156 cavalos e 45 AMG, com um 2.0 turbo de 360 cv. Agora, o número dobrou, com a chegada da 200 Style, de entrada, por R$ 128,9 mil e a inclusão de uma nova motorização, um 2.0 de 211 cv. Ela é chamada de GLA 250, com duas configurações: Vision, de R$ 171,9 mil e Sport, de R$ 189,9 mil.

Além do “coração” mais forte, o GLA 250 ganha alguns equipamentos. São de série ar-condicionado digital de duas zonas e ajuste lombar elétrico do banco do motorista. Na Sport, ainda há kit visual AMG, banco do passageiro com regulagem elétrica e memória, ignição por botão, rodas de 19 polegadas, câmera de ré e porta malas com abertura elétrica. 

Outros equipamentos herdados das demais versões são os bancos forrados parcialmente em couro, active parking assist, airbags laterais, de cortina e de joelhos para motorista, sensor de chuva, volante multifuncional, teto solar panorâmico e a central multimídia, com GPS e conexão Bluetooth.

Motor dá conta, mas câmbio decepciona

No visual, o GLA lembra menos um crossover e mais um hatch "anabolizado". Quem não conhece o Classe A, poderia confundir o SUV compacto com o modelo que briga com Audi A3 e BMW Série 1.

Mesmo tendo aparência de "hatchzão", o GLA não é nenhum peso-pena. São 1.455 kg, ou 20 kg a mais do que o GLA 200. Mesmo empurrando mais peso, os 211 cv do 250 se esforçam muito menos do que os 156 cv do GLA 200.

Durante o test drive, em estradas da região de Itatiba, e nas ruas de Campinas, o G1avaliou a opção Sport. O desempenho não decepciona e, quando exigido, o crossover mostra a que veio, com direito a um ronco levemente esportivo saindo pelos escapes e arrancadas com vigor.

O câmbio automatizado de dupla embreagem de 7 marchas, entretanto, é mais lento do que o dos concorrentes Audi Q3 e BMW X1. As trocas são rápidas, porém, em retomadas, apesar de poder fazer 3 reduções de uma só vez, a transmissão demora para descobrir se é isso que o motorista realmente deseja.

 

'Abstêmio' e bem acabado

O GLA 250 se mostrou quase um abstêmio. No ciclo rodoviário, foi possível alcançar consumo de 14,7 km/l, sempre rodando próximo da velocidade limite da rodovia, que alternava entre 90 km/h e 110 km/h. Na cidade, a média caiu, obviamente, porém, os 9 km/l são respeitáveis, para um modelo com mais de 200 cv.

Outro ponto que merece elogios é o interior. Há, sim, plástico na construção, e isso pode parecer desagradável quando um carro bate a barreira dos R$ 200 mil. Porém, o material é minoria em uma cabine que esbanja bom gosto no desenho. Há bastante couro e, na configuração Sport, algumas partes do acabamento são em alumínio.

 

Mercado e conclusão

Apesar de se mostrarem o conjunto mais adequado para o GLA, as versões com motor 2.0 de 211 cv irão representar apenas 12% das vendas, enquanto a maioria ficará por conta das versões equipadas com o 1.6 de 156 cv.

No mercado, o GLA 250 se posicionará como opção às versões mais potentes e equipadas de X1 e Q3, além da opção de entrada do Land Rover Discovery Sport, que chega às lojas na próxima semana, a partir de R$ 179,9 mil. O SUV de origem britânica, porém, não possui o mesmo nível de equipamentos, apesar do porte maior.

 

Ao considerar a versão com menos itens de série, Vision, de R$ 171,9 mil, o GLA sai mais em conta do que X1 e Q3. Entretanto, ele é menos potente do que o primeiro, que tem 245 cavalos.

No visual, é mais moderno que ambos – lembrando que a Audi trará o novo Q3 ainda este ano – além de ser mais completo, e o X1, em nova geração, deve ser mostrado ainda este ano, possivelmente no Salão de Frankfurt.

Considerando a versão Sport, as coisas mudam, e o GLA, apesar de mais equipado, e com visual esportivo, fica R$ 18 mil mais caro, beirando os R$ 190 mil, uma diferença que parece não valer a pena, a não ser que a prioridade seja o visual mais “invocado” e alguns equipamentos a mais.

Fonte: Auto Esporte