ESPORTE NACIONAL

Primeiro técnico sem Ceni em 25 anos, Bauza guiou melhor defesa em 2015

Se quer ser a melhor, uma equipe tem que defender bem e atacar melhor ainda.

Em 28/12/2015 Referência JCC

Rogério Ceni chegou ao São Paulo no dia 7 de setembro de 1990. Vinte e cinco anos depois, Edgardo Bauza se torna o primeiro técnico a assumir o time sem o goleiro, capitão e ídolo. A experiência fica ainda mais complicada se levada em conta a fragilidade defensiva do Tricolor na última temporada, um problema distante da realidade do San Lorenzo em 2015.

“A era de Rogério Ceni não me tocou. Foi por muito pouco que não estive com ele. É um ídolo e sempre vai estar aí, já que ídolos são intocáveis. Vou me encontrar com ele também, vai ser muito útil para me explicar o que viveu nesse último ano", ressaltou o argentino.

Quarto colocado no Brasileirão com apenas dois pontos a mais do que o Internacional, o São Paulo teve o pior saldo de gols do G4: 53 tentos marcados, 47 sofridos e 6 no balanço final. Para efeitos de comparação, o segundo pior saldo pertence ao vice-líder Atlético-MG, com 12 a mais na conta.

O desempenho é ainda mais preocupante se comparado aos dos rivais. Em 2015, o campeão Corinthians teve 40 gols de saldo total (71 a favor e 31 contra), enquanto o Santos fechou o ano com 18 (59 a favor e 41 contra). Até mesmo o Palmeiras, pior paulista na classificação final, teve número superior: 9 de saldo (60 a favor e 51 contra).

“Não vi todos os jogos, vi sete jogos. O que vi, em alguns jogos, foi um desequilíbrio que levou o time a perder partidas com resultados que não são habituais no futebol de hoje. Vamos lutar para encontrar uma organização que nos permita conquistar o objetivo, que é ser campeão”, afirmou.

O recém-chegado parece entender do assunto: enquanto o Tricolor obtinha estes números em 2015, o San Lorenzo do técnico Bauza terminava o Campeonato Argentino na segunda posição e com a defesa menos vazada do torneio nacional: foram apenas 20 gols sofridos em 30 partidas. Somados aos 44 tentos marcados, o clube ainda fechou o ano com o melhor saldo do país, um pouco superior ao campeão Boca Juniors.

Para repetir o bom desempenho, Edgardo “Patón” Bauza não poderá contar com a última grande referência do sistema defensivo são-paulino: o próprio Rogério Ceni. Por isso, o argentino não esconde o desejo de ter a zaga reforçada por atletas com perfil de liderança.

“Se quer ser a melhor, uma equipe tem que defender bem e atacar melhor ainda. Se não fizer bem alguma das duas coisas, fica difícil atingir os objetivos, ainda mais no futebol de hoje. É um compromisso que temos que ter entre todos. Precisamos que os 11 jogadores em campo estejam preparados para fazer isso”, pontuou.

Gazeta Esportiva