MEIO AMBIENTE

Programa Água Doce investe R$ 61 milhões na Bahia

Ação do governo federal em parceria com o estado irá garantir acesso a àgua de qualidade para o povo do sertão.

Em 30/03/2015 Referência JCC

A ministra do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira, e o governador da Bahia, Rui Costa (PT), celebraram o início das obras do Programa Água Doce no estado.

A ministra disse que vai trabalhar “com o governo, pelo povo e para o povo”. E completou: “O povo tem de ter orgulho de ser sertanejo, pois o sertão semiárido é uma terra que traz soluções, não traz problemas, e não é a gente que vem de Brasília e diz o que tem de ser feito, pois é o povo que orienta a política pública.”

Na oportunidade, Izabella Teixeira visitou a unidade produtiva do programa, instalada há quatro anos na comunidade de Minuim, município de Santa Brígida, localizado na região do polígono das secas.

Retorno

“No final deste ano, volto para ver tudo funcionando”, garantiu a ministra. “O sertão vai virar água doce e boa para este povo.”

O governador agradeceu o governo federal e o MMA pela parceria de sucesso, assegurada pelo programa de acesso à água para o povo do sertão, com base em um sistema ambientalmente equilibrado, que ajuda também a fazer renda.

O convênio da Bahia é o maior no âmbito do programa, totalizando R$ 61 milhões. O Estado receberá 385 sistemas de dessalinização, que beneficiarão cerca de 150 mil pessoas.

As obras de instalação e recuperação desses sistemas são a segunda etapa do programa. No primeiro momento, foi realizado o diagnóstico de 1.174 comunidades rurais, em 41 municípios do semiárido baiano. O governador garantiu que entrega, até o final de 2015, 100 sistemas que beneficiarão cerca de 40 mil pessoas.

Benefícios

O Semiárido baiano possui 265 municípios do total de 417 no estado, 23% de todo o bioma brasileiro, uma área correspondente a 393.056,10 kMc. A comunidade que recebeu a ministra, o governador e 41 prefeitos baianos, Minuim, tem 1.250 habitantes, e 250 famílias que vivem principalmente da agricultura e da criação de bovinos, caprinos e ovinos.

A unidade demonstrativa de Minuim foi instalada em 2010 e tem uma vazão de 13.500 litros por hora. Cada família recebe, diariamente, 50 litros de água potável. Nestes quatro anos, foram realizadas oito despescas que produziram 13.600 quilos de tilápia.

Nas unidades demonstrativas, o sistema é completo. Os tanques de concentrado salino transformam-se em criadouros de tilápia, que é vendida para a comunidade a preço de custo.

A água dos tanques, enriquecida com material orgânico, é utilizada para irrigação da planta Atriplex, conhecida como erva-sal, que é resistente à salinidade e pode ser transformada em forragem para ovinos e caprinos.

O Programa

Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o Programa Água Doce faz parte do conjunto de ações do Plano Brasil sem Miséria. Pretende estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas.

De modo simplificado, o sistema de dessalinização purifica a água coletada por meio de poços e a disponibiliza em espaços como um tanque ou um chafariz. A ação leva em conta cuidados ambientais, técnicos e sociais.

O programa prioriza as regiões em situação mais crítica. Lugares com os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), altos percentuais de mortalidade infantil, baixos índices de chuva e com dificuldades de acesso aos recursos hídricos serão os primeiros a serem contemplados pelos planos. Assim como o Índice de Condição de Acesso à Água do Semiárido (ICAA), desenvolvido a partir do cruzamento dos mesmos indicadores.

Cronograma 2015

Até o momento, já foram firmados convênios com Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Ainda para este primeiro semestre, mais duas agendas estão programadas para Minas Gerais.

Em março, em Montes Claros, a Oficina de Capacitação para Realização de Diagnóstico Socioambiental e Técnico do Programa Água Doce no Estado de Minas Gerais, para capacitar os profissionais responsáveis pela execução das atividades previstas para a fase de diagnóstico.

Participarão da oficina representantes de prefeituras do estado, a Coordenadora Estadual do Programa Água Doce, técnicos da Sedru, Copasa, Igam e do Núcleo Estadual, e consultores e técnicos da empresa que realizará o diagnóstico.

 

Fonte: Portal Brasil com informações do Ministério do Meio Ambiente