SAÚDE

Recorde: Brasil registra 1.582 mortes pela Covid-19 em 24 horas

Coveiros carregam o caixão de vítima da covid-19 no cemitério de N. Sa Aparecida, Manaus.

Em 25/02/2021 Referência CCNEWS, Redação Multimídia

Foto: AFP/Arquivos)

O pico da crise do novo coronavírus no Brasil ocorre no momento em que vários Estados se aproximam do colapso do sistema de saúde, surgem variantes mais contagiosas do Sars-CoV-2.

No dia em que completa um ano do primeiro caso da Covid-19, o Brasil registrou recorde do número de mortes em 24 horas desde o início da pandemia, com 1.582 novos óbitos e 67.878 casos, segundo o consórcio de veículos de imprensa. O pico da crise do novo coronavírus no Brasil ocorre no momento em que vários Estados se aproximam do colapso do sistema de saúde, surgem variantes mais contagiosas do Sars-CoV-2 e o governo Jair Bolsonaro tem dificuldades de acelerar o ritmo da campanha nacional de vacinação.

A média móvel de mortes pela doença também foi a mais alta em um ano: 1.150. O cálculo leva em consideração as oscilações dos últimos sete dias e elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana. Já são 36 dias com média móvel acima de mil vítimas. No total são 251.661 mortes e 10.393.886 pessoas contaminadas no País, segundo o balanço mais recente do consórcio formado por Estadão, G1O GloboExtraFolha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde.

São Paulo

O Estado de São Paulo ultrapassou a marca de 2 milhões de casos confirmados e chegou a 58.873 óbitos nesta quinta-feira. As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 70% na Grande São Paulo e 69,7% no Estado. O número de pacientes internados é de 14.809, sendo 8.042 em enfermaria e 6.767 em unidades de terapia intensiva.

Ainda nesta quinta-feira, ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reuniu representantes de secretarias de saúde de Estados e municípios para alertar sobre uma fase mais grave da pandemia, com aumento de casos e internações por todo o País. “Na nossa visão estamos enfrentando a nova etapa dessa pandemia. Tem hoje o vírus mutado. Ele nos dá 3 vezes mais a contaminação”, disse Pazuello, sem citar a fonte que detalha o cálculo do poder de contágio da nova cepa do Sars-CoV-2.

Consórcio dos veículos de imprensa

O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.

"Pazuello alerta sobre nova cepa, mas ignora risco de aglomerações"

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reuniu nesta quinta-feira, 25, representantes de secretarias de saúde de Estados e municípios para alertar sobre uma fase mais grave da pandemia, com aumento de casos e internações por todo o País. “Na nossa visão estamos enfrentando a nova etapa dessa pandemia. Tem hoje o vírus mutado. Ele nos dá 3 vezes mais a contaminação”, disse Pazuello, sem citar a fonte que detalha o cálculo do poder de contágio da nova cepa do Sars-CoV-2.

O general já afirmou em mais de uma ocasião que a variante identificada em Manaus é três vezes mais contagiosa, mas este dado não é confirmado em notas técnicas do ministério.

“No momento, não há evidências científicas para determinar a mudança na infecvidade ou patogenicidade da variante de atenção P.1 no Brasil, seu impacto no diagnóstico laboratorial ou eficácia da vacina, sendo necessárias investigações mais detalhadas”, diz nota técnica assinada no dia 23 pelo diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Laurício Monteiro Cruz.

Pazuello afirmou que o avanço da doença pode “surpreender” gestores de saúde.

“Não está centrado apenas no Norte e Nordeste”, disse Pazuello. “Precisamos estar alerta e preparados”, declarou. O ministro, porém, não citou a importância de medidas básicas contra a pandemia, como evitar aglomerações.

Apesar da alta de internações, o presidente Jair Bolsonaro, Pazuello e lideranças políticas de Brasília têm ignorado as recomendações médicas e lotado reuniões no Planalto e Congresso, onde o uso de máscaras é raro. O ministro também sugeriu que foi pego de surpresa pelo aumento de casos, ainda que especialistas alertassem sobre o risco de a pandemia ficar ainda mais descontrolada por causa de aglomerações e festas de Natal e réveillon.

“Até o final do ano passado estávamos observando situação de estabilidade em número de casos e óbitos no país como um todo”, declarou o ministro.

O militar fez uma declaração à imprensa no Ministério da Saúde ao lado dos presidentes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Bezerra. Pazuello disse que a ideia da fala era mostrar o “SUS unido”.  (Estadão Conteúdo)

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