SAÚDE

Saiba quais são os perigos por trás do autodiagnóstico

Casos em que problemas sérios podem se esconder em dores comuns.

Em 04/08/2018 Referência JCC - Raquel Castanharo

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Acredito que pesquisar na internet seja a primeira coisa que a maioria das pessoas faz ao sentir uma dor. Estar bem informado sobre sua possível lesão é ótimo e até recomendável, o problema está em tentar descobrir sozinho qual é a lesão e iniciar algum tipo de tratamento caseiro sem o diagnóstico presencial de um profissional. E por que isso é um problema? Porque nem tudo é o que parece ser.

Olhem a história desses dois pacientes que eu conheci. O primeiro estava com dor nas costas há meses. Fez alongamentos e exercícios que viu na internet e procurou serviços de massagem. Após um longo período desse tratamento experimental, sem orientação adequada, ele veio até mim. Achei aquela dor um pouco estranha, pois embora fosse na região lombar, não tinha as características típicas de uma lombalgia. Encaminhei para um médico, e após alguns exames ele foi diagnosticado com um câncer no rim. Esse caso assusta um pouco propositalmente. Problemas renais podem gerar dor lombar, e o google não é capaz de fazer esse diagnóstico. Confiar apenas na internet pode ser muito perigoso.

Em outro caso, a paciente acreditava que estava com uma pubalgia (inflamação do púbis). Se automedicou com anti-inflamatórios e fez vários exercícios abdominais. No fim das contas, o problema era uma hérnia inguinal, e os abdominais feitos por conta própria estavam piorando ainda mais o quadro.

Informação é essencial. E que bom que hoje temos acesso a tanto conteúdo de qualidade. Porém, mesmo nessa era tão digital, ainda não há nada que substitua um cuidado presencial, com toque, olhar e muita conversa.