ECONOMIA CAPIXABA

Samarco parada faz Anchieta deixar de arrecadar R$ 9 milhões no ES.

Crise econômica do país também intensificou a queda na arrecadação.

Em 23/03/2016 Referência JCC

Após a paralisação das atividades da mineradora Samarco, houve uma queda de R$ 9 milhões na arrecadação mensal do município de Anchieta, no Sul do Espírito Santo, em 2016, segundo a prefeitura. Além da ausência da mineradora, a crise econômica do país intensificou a queda na arrecadação.

“Na realidade, nossa perda de arrecadação parte de 2014 com uma arrecadação de R$ 25 milhões por mês, em média. Hoje, com a projeção de 2016, considerando a crise nacional e o efeito da paralisação da Samarco, é da ordem de R$ 16 milhões por mês. Isso dá uma diferença imediata de R$ 9 milhões”, destacou o secretário de governo de Anchieta, Marcelo Dalbom.

O secretário municipal da Fazenda, Pablo Torres, explicou que o valor arrecadado era repassado à prefeitura. “Essa arrecadação era gerada diretamente pelos prestadores de serviço, arrecadado pela Samarco e repassado à prefeitura, na forma do fato gerador da situação dos impostos”, disse.

A mineradora paralisou as atividades depois que a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais suspendeu as licenças por causa do rompimento da Barragem de Fundão, que destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, no estado mineiro.

Sem a receita que vinha da Samarco, Dalbom explicou que a prefeitura tem feito cortes para adequar o orçamento.

“Tem diminuído os quantitativos onde é permitido sem que isso cause também um desatendimento da população. É com prioridade na saúde, educação, na assistência social. As obras estão em ritmo um pouco mais lento, mas ainda assim continuam as que estão em curso”, destacou.

Comércio
A queda no faturamento do comércio de Anchieta também teve queda que chegou a 60%, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município.

“Em Anchieta, ninguém sabe o que fazer, porque os comerciantes dependem da Samarco e, com ela fechada, o comércio diminui bastante”, disse o comerciante Edvaldo Virgino.

Em uma loja de material de construção da cidade, boa parte dos clientes trabalhava na mineradora. Sem emprego, a inadimplência aumentou. “Na verdade, quando circula pouco dinheiro no mercado, a inadimplência cresce, não só para a gente, mas para todo comerciante”, falou o proprietário.

A expectativa é que as atividades sejam retomadas no segundo semestre deste ano. “Se a paralisação da empresa Samarco continuar, a cidade será cada vez mais afetada”, destacou o secretário da Fazenda.

Fonte: G1-ES