MEIO AMBIENTE

Seca no Espírito Santo faz Rio Jucu não encontrar mais o mar.

Uma faixa de seis metros de areia impede rio de seguir curso.

Em 08/10/2015 Referência JCC

Por causa da seca no Espírito Santo, o Rio Jucu, em Vila Velha, na Grande Vitória, praticamente não encontra mais o mar.l Alunos de escolas municipais estiveram na foz do rio, na Barra do Jucu, e se impressionaram com a situação nesta quarta-feira (7).

Eles foram convidados pelo Instituto Jacarenema e viram o enorme banco de areia que tomou conta de quase toda a área que liga o rio, ao mar. Apenas um pequeno filete de água salgada corre em direção ao rio.

Eram 13h quando o  grupo de alunos deixou a Escola Municipal Antonio Bezerra de Farias, em Vila Garrido, com destino à Barra do Jucu , em Vila Velha, para participar de uma aula de campo de educação ambiental. Mas, no meio do trajeto – que ia da praça da Barra ao Morro da Concha – a expectativa de conhecer a foz do Rio Jucu deu lugar à frustração, já que com a seca as águas do rio deixaram de encontrar o mar.

“Eu esperava ver o rio bem mais cheio, muito mais bonito e menos poluído. Nós vimos latas de refrigerante, sacolas, embalagens”, lamenta Cauã Estevam de Almeida, 12, estudante do 5º ano. Ele, que não conseguiu presenciar a união entre a água doce e a salgada, já antecipa: “Se a gente não preservar, daqui a um tempo a gente vai ficar sem água”.

De acordo com o gestor e co-executor de projetos pedagógicos do Instituto Jacarenema, Alex Kundera, responsável pela elaboração do passeio, uma faixa de no mínimo de seis metros de areia separa o Rio Jucu do mar.

“Quando chegamos, confesso que quase chorei, é desesperador. Vou fazer quase 30 anos de surfe e nunca vi isso. Se as crianças não crescerem com a consciência de preservar, que rio terão em 20 anos?”, questiona.

Prejuízos
Para o presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio Jucu, Hélio de Castro, a situação é resultado da soma entre maré baixa e pouca vazão e é um sinal da severidade da crise hídrica.

Segundo Hélio, a escassez já prejudica as regiões ao entorno do rio, em especial os produtores de hortifruti e criadores de animais. Outra atividade afetada é a pesca. “A pesca é muito prejudicada porque não há conexão entre água doce e salgada, o que dificulta, inclusive, a reprodução de peixes e de outras espécies marinhas que vivem naquela região”.

Fonte: G1-ES