TEMAS GERAIS

Secretário diz que 2º volume morto será usado até a próxima semana

Mauro Arce, secretário de Recursos Hídricos, falou nesta quarta em CPI.

Em 12/11/2014 Referência JCC

O secretário estadual de Recursos Hídricos, Mauro Arce, disse na manhã desta quarta-feira (12) que a segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira começará a ser utilizada até a semana que vem. Ele foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sabesp, realizada na Câmara Municipal.

O Sistema Cantareira opera com 11% de sua capacidade nesta quarta, após nova queda de 0,1 ponto percentual. A Sabesp já inclui na conta a segunda cota, que ainda não está sendo utilizada. Sem esse volume adicional, o nível estaria em 0,3%.

“Entrará em operação até a próxima semana o segundo volume estratégico, a reserva técnica, para que a gente possa usar essa água”, disse Arce.

Ele condicionou o termino do uso do chamado volume morto às condições meteorológicas. “Que a gente tenha uma estação chuvosa. Se fosse normal, na média, seria ótimo, mas que pelo menos não seja pior do que foi no ano passado, para que a gente possa, até o final de abril, ter os reservatórios [todos] o mais alto possível para que a gente possa atender o novo período seco que começa no dia 30 de abril e vai até 30 de novembro”, afirmou.

O secretário também mencionou pequenas obras que estão sendo realizadas e grandes obras, de longo prazo, que serão realizadas com recursos federais, como por exemplo a PPP do São Lourenço, que deve ficar pronto em setembro de 2017.

Para conseguir o financiamento, Arce disse que na próxima segunda-feira (17) irá a Brasília entregar os projetos à União das obras para aumentar a quantidade de água em São Paulo. O detalhamento dos projetos foi uma condicional para o estado conseguir o financiamento das obras.

Também devem ser ouvidos na CPI nesta quarta o superintendente da Sabesp, Marcello Xavier, e o superintendente do DAEE, Alceu Segamarchi Jr.

Redução de pressão
A Sabesp e o governo do estado negam, desde o início de março, que existe racionamento de água na capital paulista. Eles defendem que o que está sendo realizado é uma manobra conhecida como redução de pressão da vazão de água.

Moradores da cidade dizem, no entanto, que esta redução da pressão da água tem sido responsável pelo desabastecimento em residências. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) já defendeu que o método deve continuar vigorando mesmo após o término da crise hídrica.

Durante seu depoimento na CPI da Sabesp, Mauro Arce disse que essa é uma medida que foi implantada há pelo menos 6 anos na cidade. “É uma atuação técnica permanente e não começou agora, começou em 2008, é usada no mundo inteiro”, afirmou. “É importante que a pressão da rede seja regularizada e que não chegue aqueles picos de pressão na noite.”

O secretário de Recursos Hídricos, que assumiu a pasta em abril deste ano, quando a crise já estava instaurada, também defendeu que a pressão da água não é reduzida, apenas equalizada. “Não é de redução, é de equalização da pressão”, declarou. Ainda de acordo com ele, as reclamações de moradores por falta d’água ocorre por falta de uma caixa de reservação adequada para o número de moradores de cada imóvel. “É um problema que nasce por falta de atendimento a uma norma técnica”, justificou.

A CPI da Sabesp foi prorrogada até abril de 2015. O requerimento foi aprovado nesta terça-feira (11).

Sistemas de abastecimento
Além do Cantareira, os outros seis sistemas da Sabesp - Alto Tietê, Guarapiranga, Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro - também tiveram queda nesta quarta. No Alto Tietê, o índice recuou de 8% para 7,8%, queda de 0,2 ponto percentual.

Já no Guarapiranga, a queda foi de 0,3 ponto. O sistema segue caindo e foi de 36% para 35,7% após dia sem chuvas. No Alto Cotia, o nível passou de 30,1% para 30% e, no Rio Grande, regrediu de 66,5% para 66,3%.

O sistema Rio Claro também teve queda. Apesar de a primeira atualização informar que o nível tinha subido, de 37,7% para 44,3%, a Sabesp mudou a informação ao ser questionada  e disse que se tratou de um "erro de digitação".

O dado correto é de queda de 0,8 ponto percentual. O nível foi de 37,7% para 36,9%.

 

Alckmin pede R$ 3,5 bilhões
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda (10), após se reunir com a presidente Dilma Rousseff, que o estado precisará de R$ 3,5 bilhões para a construção de oito grandes obras que servirão a partir de 2015 para o enfrentamento da crise do abastecimento de água na região.

“O que nós propusemos ao governo federal foram novas obras, oito obras, e o valor dessas obras será de R$ 3,5 bilhões, o orçamento total das obras. […] O governo de São Paulo precisará do máximo que [o governo federal] puder. Pode ser recurso a fundo perdido, do Orçamento Geral da União, ou pode ser financiamento, e nós temos uma boa capacidade de financiamento,” disse o governador.

De acordo com Alckmin, um grupo de trabalho foi criado para que a União e o governo estadual possam se reunir para discutir como se daria o repasse dos recursos federais a São Paulo, para quais obras e os valores. O colegiado, segundo afirmou, se reunirá na próxima segunda-feira (17) pra discutir o assunto.

Fonte: G1