ECONOMIA CAPIXABA

Shoppings da Grande Vitória têm mais de 200 lojas fechadas

Ao todo, 239 lojas estão sem funcionar na região metropolitana.

Em 21/07/2015 Referência JCC

Os shoppings da Grande Vitória, região metropolitana do Espírito Santo, possuem mais de 200 lojas fechadas ou até mesmo que nunca abriram. Uma equipe de reportagem de A Gazeta visitou seis estabelecimentos de Vila Velha, Cariacica, Serra e Vitória.

Segundo a Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) e a Federação do Comércio (Fecomércio-ES), entre os principais enfrentados pelo setor estão a desaceleração do consumo e a inauguração, quase que ao mesmo tempo, de três grandes empreendimentos em Vila Velha e Cariacica.

A média de vacância nos shoppings gira em torno de 2% quando as vendas estão em alta, mas a nível nacional o índice chegou a 4,1% em maio. No Espírito Santo, se aproxima de 20% em pelo menos dois dos seis centros de compras onde a reportagem esteve.

O coordenador da Abrasce, Raphael Brotto, explicou que os shoppings recém inaugurados são os que mais sofrem com a situação. Em um shopping de Cariacica e outro de Vila Velha, é possível encontrar corredores inteiros onde a metade dos pontos estavam fechados.

“São poucas as praças que conseguem abrir com 100% das lojas alugadas. No Brasil inteiro, há essa dificuldade. Já nos shoppings que estão no mercado há mais tempo também é um pouco normal, com crise ou sem crise, haver esse rodízio de lojas fechadas”, afirmou Brotto.

Custos
O vice-presidente da Fecomércio-ES, Idalberto Moro, também afirmou que a crise atingiu os lojistas, tanto em centros comerciais como no comércio de rua. “O comércio vive um momento difícil, em função da queda nas vendas por causa da inflação e da diminuição do poder aquisitivo da população”, disse.

A respeito das lojas localizadas nos shoppings, Idalberto alegou os altos preços cobrados nos aluguéis, manutenção e condomínio como fatores que dificultam a permanência dos lojistas nesses empreendimentos, especialmente em tempos de crise.

“As lojas estão fechando as portas porque não aguentam os elevados custos operacionais e a perda de arrecadação. Os shoppings precisam dar apoio nesse momento, renegociando taxas de condomínio e aluguel”,  completou.

Utilização dos espaços
Responsável pela operação dos shoppings Praia da Costa, Moxuara e Mestre Álvaro, o Grupo Sá Cavalcante informou que muitos desses espaços não estão em operação pois ainda se preparam para receber novas lojas. Outros pontos estariam de mudança e, outros ainda, passando por reforma.

O grupo afirmou que, para 2015, trabalha com a estimativa de crescer em 8,5% no volume de vendas. “Essas obras, na verdade, refletem a movimentação do setor para melhorar suas operações”, disse o grupo, em nota.

Já o Shopping Vitória alegou que, “apesar da crise”, possui uma taxa de vacância de apenas 2,9%, ou seja, abaixo da média nacional. “Existem 18 lojas vacantes, sendo que parte delas trata-se de reserva técnica e estratégica”, informou.

Outros dois shoppings visitados pela reportagem, o Vila Velha e o Boulevard, foram procurados, mas não haviam dado retorno sobre o real motivo para o volume de lojas fechadas nos respectivos centros de compras.

Sindicomerciários
O Sindicato dos Empregados no Comércio (Sindicomerciários) disse, nesta segunda-feira (20), que entende as dificuldades enfrentadas pelos shopping centers do estado e vai reavaliar a proposta de fechar os centros de compra aos domingos.

A primeira reunião para discutir a medida aconteceu na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES). Durante o encontro, ficou decidido que a categoria dos trabalhadores deverá encaminhar, uma nova proposta por escrito para a federação.

“Conversamos, debatemos e brigamos, mas vimos a dificuldade deles (dos patrões). Ficamos de apresentar uma proposta por escrito, no máximo até quarta-feira (amanhã), para até o fim da semana a gente voltar a conversar”, disse o presidente do Sindicomerciários, Jackson Andrade.

O vice-presidente da Fecomércio-ES, Idalberto Moro, reforçou que, caso seja posta em prática, a medida poderá acarretar a demissão de três mil trabalhadores na Grande Vitória. “Não pode acontecer mais um golpe desses com o comércio e com os próprios empregados”, afirmou.

Fonte: G1-ES