ECONOMIA NACIONAL

Sob nova administração, Usiminas triplica produção de aço laminado.

O trabalho da nova gestão fez aumentar de 34 mil para 93 mil toneladas ao mês.

Em 12/07/2016 Referência JCC

O trabalho realizado pela equipe liderada por Sergio Leite, novo presidente da Usiminas, começou a produzir resultados positivos. Em apenas 45 dias, a Companhia elevou de 34 mil para 93 mil toneladas a média mensal da produção da laminação da usina em Cubatão (SP). O objetivo é retomar a capacidade produtiva da laminação da usina, extinta em janeiro pelo ex-presidente Romel Erwin de Souza. É a única atividade produtiva da usina na Cidade. A produção e venda de placas elevarão a arrecadação de ICMS.

Embora a proposta de Sergio Leite valorize a participação da usina de Cubatão no cenário da Usiminas, para o Sindicato dos Trabalhadores Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista o cenário ainda não valoriza o trabalhador. 

“Nós lutamos em duas frentes; uma para obrigar a empresa a readmitir os 271 demitidos, entre eles trabalhadores integrantes da Cipa, cuja estabilidade não foi respeitada e também companheiros prestes a se aposentar. Outra para impedir o corte dos 500 trabalhadores. A Usiminas não quer diálogo”. afirma Claudinei Rodrigues Gato, novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. Ele assumiu dia 1, em sucessão a Florêncio Resende de Sá, o Sassá.

Se os empregos em Ipatinga foram preservados, das 500 demissões anunciadas em maio pela empresa, pelo menos 271 ocorreram antes que o sindicato conseguisse ordem judicial para suspendê-las, assinala Gato.  A usina de Cubatão foi a que mais sofreu com os cortes efetuados pela nova diretoria da empresa, sob a justificativa de ajustes à realidade do mercado de aço. 

Suspensão

No ultimo dia 28, a Justiça do Trabalho em Cubatão proibiu a Usiminas de fazer novas demissões coletivas sem intermediação com os sindicatos que representam os trabalhadores (Metalúrgicos e Engenheiros). 

A decisão liminar (provisória) da juíza Anna Carolina Marques Gontijo atende a pedido do Ministério Público do Trabalho. A empresa anunciou ao sindicato que demitiria mais 500 trabalhadores em junho, além dos quase dois mil que já havia mandado embora desde 2015 – praticamente metade do quadro.

Em nota, a Usiminas “reitera que continua empenhada em potencializar suas linhas de laminação de forma a manter operações e empregos, dentro das possibilidades que o mercado permite”.

Pico de produção

A meta anunciada por Leite é chegar até outubro à produção média de 120 mil toneladas mensais de chapas laminadas. Como a usina local está sem produzir aço, a Usiminas está comprando as placas na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Rio de Janeiro, e as transporta de trem até Cubatão.

Mercado

A produção destina-se a atender o mercado consumidor de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Leite submeteu o modelo de trabalho na usina de Cubatão a um forte ajuste para que comece a se tornar sustentável ainda neste ano.

A decisão coloca a usina de Cubatão novamente como protagonista, espaço antes dado pela diretoria anterior apenas à usina de Ipatinga (MG). Com o ex-presidente Romel de Souza, a produção chegou a ser de apenas 34 mil toneladas em abril deste ano.

Funcionário de carreira, Sergio Leite de Andrade é engenheiro e trabalha há quase 40 anos na Usiminas, mantendo um relacionamento de mais de 35 anos com a Nippon Steel e de mais de 25 anos com o grupo Techint – controladores da empresa. 

No final de junho, reuniu-se com a direção do grupo Techint, em Buenos Aires. Dias 19 e 20, vai ao Japão falar com a direção da Nippon Steel e da Sumitomo.

Esperança

A expectativa na Baixada Santista é que ele contribua para contornar o conflito entre os principais sócios da Usiminas (Nippon Steel-Sumitomo e Ternium-Techint), para que cheguem ao consenso e facilitem os entendimentos sobre a possível cisão da Usiminas, ficando a usina de Cubatão com os sócios italianos.

Conforme colocou durante visita à prefeita Marcia Rosa (PT), o objetivo da diretoria, no momento, é de trabalhar com foco exclusivo na melhoria dos resultados e na conclusão do aporte de capital e da renegociação da dívida. 

“São fatores fundamentais para a sustentabilidade da Usiminas e para a recuperação de sua capacidade de gerar valor para os acionistas e para a sociedade em geral”, assinalou a diretoria da empresa em nota à imprensa.

Por Manuel Alves Fernandes/A TribunaOnline/MG