SAÚDE

Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva debate avanços

Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva debate os avanços na área durante a SBAD 2018.

Em 18/11/2018 Referência JCC, Karina Morais

Cármen Guaresemin/Reprodução

Durante a XVII Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD), que acontece paralelamente à XXXVI Semana Panamericana de Las Enfermedades Digestivas (SPED), nos dias 16 e 17 de novembro, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) promove intensa programação científica com cursos teóricos, práticos e em parceria com as principais instituições internacionais. Os especialistas debatem também assuntos atuais e relevantes para o avanço da medicina, tais como combate à obesidade, ingestão de objetos por crianças e detecção precoce do câncer colorretal.

Obesidade

“A promessa de intervenções minimamente invasivas para perda de peso está atraindo cada dia mais atenção. Os prós e contras serão debatidos em uma Mesa Redonda com a presença de endoscopistas e cirurgiões. O tema será abordado também na Oficina de Balão Intragástrico e no Curso de Endoscopia Bariátrica”, adianta Fernanda Prata, membro da Comissão Científica da SOBED na SBAD. A especialista conta também que as sessões de casos clínicos foram elaboradas em formato interativo.

A obesidade é uma doença que vem se agravando no mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o número de pessoas obesas triplicou desde 1975. Não à toa, o Brasil é a segunda nação que mais procurou por métodos para emagrecimento no Google em 2018, segundo o próprio buscador.
Uma das sugestões oferecidas pelo buscador é o balão intragástrico, método apontado como capaz de proporcionar ao paciente um emagrecimento de até 20% do seu peso em seis meses.

Câncer colorretal

“A colonoscopia desempenha um papel fundamental na prevenção do câncer colorretal. É imprescindível que os profissionais permaneçam atualizados a respeito de pesquisas críticas que podem beneficiar milhares de pacientes”, afirma Prata.

Sangue nas fezes, alterações dos hábitos intestinais, desconformo abdominal, perda de apetite e diarreia. Esses são alguns dos sinais apresentados por um dos tipos de câncer mais preveníveis, curáveis e, ao mesmo tempo, letais, que é o colorretal. A doença atinge mais de 36 mil pessoas no Brasil anualmente, de acordo com as estimativas do Inca para 2018 – é o segundo mais frequente em mulheres e o terceiro, em homens. Seu rastreamento é indicado a partir dos 50 anos (OMS), mas segundo estudo da Sociedade Americana de Câncer, dobrou o número de casos em jovens adultos.

Obesidade e sedentarismo são algumas das razões pelas quais 30% dos diagnósticos são em quem tem menos de 55 anos. Assim, o documento divulgado pela Sociedade Americana conclui que indivíduos nascidos em 1990 têm quatro vezes mais chance de desenvolver câncer de reto e o dobro de chance de ter o de intestino, se comparado com alguém nascido na década de 1950.

Os fatores de risco em jovens estão ligados justamente ao estilo de vida, como indica outro estudo, publicado no British Medical Journal, em 2018. Segundo ele, a cada 5kg/m2ganhos no índice de massa corporal (IMC), aumenta 9% o risco de desenvolver câncer colorretal em homens.

Pediatria

Crianças sempre pedem atenção redobrada, já que sempre há a chance da ingestão e até aspiração de objetos estranhos, como moedas, ossos de frango, peças de brinquedos, feijão e espinhas de peixes. Essas ocorrências concentram-se principalmente até os três anos de idade, quando é comum o hábito de levar objetos à boca. Os pais e os cuidadores são os principais responsáveis pela prevenção dessas situações.

“Contudo, esses acidentes podem acontecer mesmo com todas as medidas preventivas. Por isso, os pais e cuidadores precisam conhecer as manobras para retirada de um corpo estranho e para ressuscitação. A criança precisa ser levada o mais rápido possível ao médico, para que o profissional possa identificar e definir qual o melhor tratamento e aplica-lo o quanto antes, evitando complicações”, alerta Silvia Regina Cardoso, médica endoscopista e presidente do Núcleo de Pediatria da SOBED.

A identificação e extração destes corpos estranhos podem ser feitas por meio de um procedimento endoscópico, capaz de, em muitos casos, eliminar a necessidade de cirurgia. O exame de endoscopia digestiva alta visualiza o esôfago, o estômago e o duodeno, que são os locais onde a maioria dos corpos estranhos ingeridos ficam retidos. Os corpos estranhos aspirados podem ficar impactados na laringe, traqueia ou brônquios, sendo avaliados pelo exame de laringotraqueobroncoscopia.  “São exames simples e têm a função de verificar onde o objeto alojou-se. A partir disso conseguimos retira-los, geralmente sem comprometer o aparelho digestivo ou respiratório do paciente”, afirma a especialista.

Sobre a SOBED

Com 24 unidades estaduais, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) é uma entidade nacional que representa atualmente mais de dois mil associados. Criada em consonância com o início dos procedimentos endoscópicos no País na década de 1970, possui história baseada em conquistas e avanços na endoscopia digestiva brasileira.