SAÚDE

Terapia de crianças com deficiência é interrompida em Linhares, ES.

A terapia foi suspensa por falta de verbas.

Em 25/02/2016 Referência JCC

Uma determinação da Justiça obriga a Prefeitura de Linhares, no Norte do Espírito Santo, a pagar parte do tratamento de crianças com algum tipo de deficiência. Mas por falta de pagamento, o tratamento de crianças do município foi interrompido.

Uma das crianças precisou interromper a terapia foi Alex, de cinco anos. Ele nasceu com paralisia cerebral e graças a tratamentos conseguiu começar a andar. Mas esse desenvolvimento está prejudicado.

"O Alex começou os tratamentos a partir de um ano de idade e a melhora foi muito grande, na postura, em tudo. E ajuda bastante a gente, mas com a interrupção, só prejudica", disse a mãe Júcelia Mongin.

A criança é atendida pela equoterapia, um tipo de terapia que usa os cavalos como forma de tratamento. O movimento dos animais, que é semelhante ao caminhar humano, colabora no desenvolvimento das crianças.

"Através da movimentação, o cavalo consegue transmitir esses impulsos, fazer com que o indivíduo receba esse estimulo e realize o que chamamos de reações tônicas, que são contrações musculares involuntárias que vão fazer com que ele ganhe movimento e, ao mesmo tempo, postura", explicou o fisioterapeuta Rômulo Tesarolo.

Ele explica que esse tipo de estímulo é fundamental para o tratamento de pessoas com deficiência. "Toda criança que tem um comprometimento neurológico necessita dessas reações tônicas e desse processo de endireitamento, que é a base fundamental para iniciar o desenvolvimento dela", disse o fisioterapeuta.

Entretanto, mesmo com a decisão judicial que obriga a prefeitura a pagar o tratamento, as crianças pararam de ser atendidas pela terapia.

"Desde setembro que o pessoal da equoterapia não está recebendo, então o tratamento teve que ser suspenso por falta de pagamento da prefeitura", disse a mãe de Adrielly, Michelly Bertazo.

Segundo a Prefeitura, o pagamento do serviço será feito nos próximos dias. Enquanto a situação não é resolvida, as mães se preocupam com o desenvolvimento das crianças.

"Toda vez que a gente interrompe um tratamento, tem perda para o paciente. É como se a gente tivesse que começar do zero", disse o fisioterapeuta.

Fonte: G1-ES