POLÍTICA INTERNACIONAL

Termina a votação na Argentina; boca de urna dá vitória a Macri.

Opositor Mauricio Macri e o peronista Daniel Scioli disputam o cargo.

Em 22/11/2015 Referência JCC

O empresário Mauricio Macri, ex-presidente do clube Boca Juniors e líder de uma frente de centro-direita, deve ser o novo presidente da Argentina, segundo pesquisas de boca de urna divulgadas pelo jornal "Clarin" e por canais de TV. O jornal diz que o candidato é favorito em todas as pesquisas, com uma diferença que varia de 6 a 20 pontos.

Se vencer, Macri sucederá Cristina Kirchner, pondo fim a um ciclo de 12 anos de presidentes de centro-esquerda, que começou com Néstor Kirchner em 2003 e continuou com sua mulher em 2007.

Pouco antes das 20h30 (horário de Brasília), a Dirección Nacional Electoral divulgou os primeiros dados. Com 0,8% dos votos apurados, Macri tinha 53,5%, e Scioli, 46,5%.

As pesquisas de boca de urna, feitas nos centros de votação, indicam a tendência de vitória da oposição, mas não divulgam a porcentagem de votos pela proibição eleitoral que rege no país até a divulgação dos primeiros resultados oficiais provisórios.

A votação do primeiro segundo turno para eleições presidenciais na história da Argentina foi encerrada às 18 horas (19 horas de Brasília). Cerca de 32 milhões de eleitores eram esperados para optar entre o liberal Mauricio Macri e o peronista de centro Daniel Scioli, candidato governista.

Segundo as autoridades eleitorais, o dia transcorreu com normalidade, com um índice de participação de 74% dos eleitores convocados.

O G1 apurou que, no consultado argentino no Rio, Macri venceu com 74% dos votos.

A expectativa é de que o vencedor seja conhecido ainda neste domingo (22), segundo Alejandro Tullio, diretor da Dirección Nacional Electoral, órgão responsável pelas eleições argentinas.

O novo presidente tomará posse do cargo no próximo 10 de dezembro.

Cautela
Apesar de satisfeita com os primeiros resultados de boca de urna, pouco antes do início da divulgação oficial dos votos, a equipe de Mauricio Macri dizia que era preciso ter calma.

"Estamos muito felizes com o que aconteceu hoje na Argentina, mas temos que ir passo a passo. A eleição não termina até que as atas estejam entregues", disse Marcos Peña, braço direito do candidato opositor, diante de centenas de militantes já reunidos com a aliança Mudemos à espera dos resultados oficiais.

Já o chefe da campanha de Daniel Scioli, Alberto Pérez, afirmou que "a democracia venceu" neste domingo, mas evitou comentar as pesquisas. "Vemos que há pressa de alguns lados, é lógico, mas vamos levar em consideração que os fiscais ainda estão nas apurações", enfatizou.

O dia dos candidatos
Mauricio Macri, candidato opositor e líder nas pesquisas, votou em meio a um caos de jornalistas e simpatizantes em uma escola de Palermo, bairro de classe média de Buenos Aires. No primeiro turno, em 25 de outubro, ele obteve 37% dos votos.

Já o candidato da frente governista, Daniel Scioli, compareceu a seu local de votação em Villa la Ñata, na periferia de Buenos Aires, onde havia mais jornalistas que eleitores. Com 34,1% no primeiro turno, ele contrariou todas as pesquisas que apontavam uma diferença de 8 pontos entre os candidatos.

A presidente Cristina Kirchner votou em Rio Gallegos, na província de Santa Cruz e falou por quase meia hora à imprensa. "O futuro será o que os argentinos quiserem. Que os argentinos definam com memória e a certeza de que nada é para sempre. É preciso refletir sem ódio, sem rancor, com amor e alegria, mas que a alegria não nos esqueça do que se passou", disse.

Origens
Se Macri conquistar a presidência, será a primeira vez, desde que se instituiu o voto, em 1916, da vitória de um candidato civil que não pertence nem ao partido peronista nem ao radical socialdemocrata, as duas grandes forças populares, em 100 anos de vida política na Argentina.

Os dois candidatos têm origens familiares semelhantes, são da mesma geração e alegam ser bons amigos, mas defendem modelos de país diferentes em temas fundamentais para a sociedade argentina.

Fonte: G1