CIDADANIA

Tribunal de Justiça quer que botão do pânico seja ampliado no ES

Dispositivo só é disponibilizado para mulheres que moram em Vitória.

Em 16/01/2016 Referência JCC

O Tribunal de Justiça vai solicitar que o governo do estado amplie a disponibilização do botão do pânico para mulheres com medida protetiva no Espírito Santo. Hoje o dispositivo só é disponibilizado para vítimas da capital Vitória.

A juíza coordenadora estadual de enfrentamento de violência doméstica, Hermínia Azoury, expressou a necessidade de ampliação do serviço após um motorista do governo do estado ter tentado matar a ex-mulher nesta sexta-feira (15), no trânsito. A estudante já havia sido agredida em 2015 e solicitou uma medida protetiva contra o ex-marido Carlos Alberto Mazoni Jr.

O agressor tentou fechar o veículo onde ela ex-mulher estava, enquanto ela dirigia para trabalho, na Avenida Norte-Sul.

"Com certeza ele veio para me matar, ele tentou me matar e já é a segunda vez que isso acontece", disse. A estudante afirma que solicitou o botão do pânico, mas o dispositivo foi negado.

De acordo com o Tribunal de Justiça, a estudante não recebeu o botão do pânico porque o município Serra, onde ela vive, não disponibiliza o serviço. Entretanto, a juíza Hermínia Azoury disse que pediu ao presidente do Tribunal que faça a solicitação da ampliação do serviço ao governo do estado.

"Seria uma parceria do estado, através das prefeituras, que auxiliariam com a guarda municipal. O estado bancaria a parceria com o instituto de tecnologia que criou o botão e com o Tribunal de Justiça", explicou a juíza.

A juiza também explicou que os municípios também podem buscar a parceria para oferecerem o botão do pânico as mulheres em medida protetiva. De acordo com o secretário de Defesa Social da Serra, Nylton Rodrigues, o município pretende disponibilizar o dispositivo depois que a Guarda Municipal comece a atuar.

"A Serra vai realizar concurso para a sua Guarda no dia 31 de janeiro, no segundo semestre nos vamos ter a Guarda Municipal atuando na cidade. Aí sim, com certeza, temos interesse de aderir a esse projeto para que a gente possa colaborar no enfrentamento a violência contra a mulher", disse o secretário.

O governo do estado disse que também está estudando a implementação do botão do pânico em outras regiões do Espírito Santo.

Agressão
Após o ocorrido, Carlos Alberto Mazoni Jr., que usou um carro oficial para tentar matar a ex-mulher, foi exonerado do governo. Ele ainda não localizado pela polícia.

A Delegacia das Mulheres da Serra pediu a prisão preventiva do agressor da estudante de engenharia. Até o momento não houve parecer da Justiça quanto a esse pedido de prisão.

A Delegacia vai aguardar os laudos periciais dos dois veículos para decidir se o caso irá ou não para a Delegacia Especializada de Homicídio Contra à Mulher.

Fonte: G1-ES