Ultramaratonista faz prova para arrecadar doações

Ultramaratonista, super-humano, administrador de empresas pós-graduado em Psicologia Organizacional, já completou maratonas em locais extremos, como Antártida e deserto do Saara, e é preocupado com causas sociais. Esse é o currículo de Carlos Dias, 44, que utiliza a capacidade física para ajudar crianças com câncer por todo o Brasil.

Este ano, Carlos completa 24 anos de carreira como maratonista e, para comemorar, elaborou uma prova chamada ‘Maratona das Capitais’, que é na verdade um projeto para angariar fundos a serem doados para hospitais que cuidam de crianças com câncer.

Em Vitória, o evento acontece sábado (21) e terá início na Praia de Camburi, a partir das 8h. Dez por cento do valor arrecadado com a venda dos kits para a corrida serão doados à Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (Acacci).

“A competição é sem cunho competitivo, e as pessoas correm quanto tempo quiserem. A prova é de 24 horas. É uma oportunidade para iniciantes, para se movimentar, sair do sofá e também para gerar conhecimento”, explica Carlos.

SUPER-HUMANO

O ultramaratonista, considerado pelo canal de televisão americano History Channel como super-humano, entende o título como uma forma de coroar a persistência que tem. “Eu me sinto honrado. Ser um super-humano não é ser herói, que usa capa e nada o atinge. Um super-humano chora, sente dor, é comum, mas não desiste. Vale a pena seguir um sonho e não desistir dos objetivos”.

Carlos decidiu dar o primeiro passo em prol à causa do câncer infantil após se deparar com a realidade, quando se preparava para uma maratona. Ele descreve o momento de forma simples, porém que o marcou para sempre.

“Eu ia para a China participar de uma maratona e precisava fazer um check-up. Um dos exames foi feito no Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc). Eu entrei lá pensando em ser vencedor, competitivo, mas quando conheci as crianças saí do hospital decidido a ser voluntário”, relembra.

A partir daí, ele iniciou desenhos de novas corridas para conseguir dinheiro e realizar as doações.

MARATONAS

Ilha de Madagascar, Estados Unidos, deserto do Saara e Antártida são alguns dos locais onde Carlos já completou maratonas. O ultramaratonista corre 15 km por dia durante a semana e mantém acompanhamento médico regular para garantir o condicionamento.

Perdi minha mãe 40 dias antes do final do percurso. Eu perdi o chão - Carlos Dias, ultramaratonista

No Brasil, o maior circuito percorrido por ele foi de 18.250 km, completados em 325 dias, uma média de 56 km por dia. Na reta final da corrida, Carlos não se esquece do que seria o momento mas difícil de sua vida, a perda da mãe.

“Perdi minha mãe 40 dias antes do final do percurso. Eu perdi o chão. Eu tive que entender a perda e lembrar que ela sempre me dizia para não deixar nada pela metade. Ela me motivou a seguir em frente”, pontua.

PALESTRAS

Carlos realiza palestras em que fala sobre a trajetória de vida, as maratonas e como se prepara e integração social por meio do esporte.

Em Vitória, a palestra "Inteligênia na Diversidade" acontece nesta sexta-feira (20), no auditório da Rede Gazeta, na rua Chafic Murad, 902, Monte Belo, a partir das 18h30.

A participação é gratuita, e os kits para a maratona, que acontece no próximo sábado (21), serão vendidos no local.

10% do valor arrecadado com a venda dos kits será doado para a Acacci. Mais informações sobre a maratona em Vitória no site www.carlosdiasultra.com.br. 

(Foto: Instagram)