CIÊNCIA & TECNOLOGIA

Universidade de São Paulo investiga o universo e sua evolução

Laboratório de Astrobiologia da USP mantém espaço físico entre as cidades de Valinhos e Vinhedo, no interior paulista

Em 01/04/2015 Referência JCC

A Universidade de São Paulo (USP) possui um centro de pesquisa que investiga as particularidades das estrelas, planetas e evolução estelar. As pesquisas consideram entender como é formada a estrutura do universo e como se deu a origem da vida.

O Laboratório de Astrobiologia, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, ou AstroLab, como também é conhecido, surgiu a partir do esforço de pesquisadores com interesses em comum pela investigação dos fenômenos astrobiológicos.

Desde 2009, o Laboratório mantém um espaço físico, o Observatório Abrahão de Moraes, localizado entre as cidades de Valinhos e Vinhedo, no interior paulista.

Em entrevista para a Agência USP de notícias, o professor e pesquisador do laboratório, Jorge Horvath, acredita que a diversidade de áreas de atuação dos membros do AstroLab é o componente principal que garante a qualidade dos trabalhos realizados.

“Um grande problema atual para a pesquisa é que as pessoas ficam extremamente fechadas em suas especialidades. Se voltarmos séculos atrás, no momento do Renascimento, quando grandes avanços aconteceram, isso não ocorria. Os estudiosos possuíam conhecimentos sobre muitas áreas, e Leonardo Da Vinci é o melhor exemplo disso”, afirma Horvath.

Hoje o AstroLab funciona em parceria com diversos outros laboratórios, internos e externos à USP, como é o caso do Laboratório de Química Prebiótica (LQP) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que estuda como as moléculas imergem de materiais inorgânicos e atuam no início da vida; o Instituto de Astrobiologia da NASA (NAI); a Associação Europeia de Redes de Astrobiologia (EANA), entre outros.

Linhas de pesquisa

De acordo com o site do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia, o grupo desenvolve diversas linhas de pesquisa, entre elas: 

Microbiologia de ambientes extremos como análogos astrobiológicos; detecção e caracterização atmosferas de exoplanetas e luas do sistema solar; interação entre vida e eventos astrofísicos; química prebiótica e origem da vida, entre outros.

Formação dos astros

A astrofísica estelar estuda a origem e a evolução das estrelas. A formação dos astros ocorre em regiões densas de poeira e gás, compostas basicamente por hidrogênio. Sob a influência da gravidade, as nuvens que compõem a área de formação tendem a colapsar (algo como “implodir”) e formar proto-estrelas.

Daí por diante, até o fim de suas vidas, diferentes processos podem acontecer com as estrelas — elas podem se tornar, por exemplo, nebulosas planetárias, supernovas, buracos negros, sofrer a influência de surtos de raio gama ou jatos estelares, entre vários outros destinos. E de lá sai material para compor todo o extenso campo que a astrofísica estelar estuda.

Devido às distâncias inimagináveis da Terra, o único dado que somos capazes de coletar dos astros é a radiação que eles emitem e chega até nós.

Portanto, a astrofísica das estrelas é determinada por intermédio de observações, da busca pelo entendimento teórico e de simulações feitas em computador. Dessa maneira, utilizando técnicas avançadas, pode-se chegar a massa, temperatura, idade e diversas outras características físicas dos astros.

Embora a formação estelar pareça um processo complexo, explicar como as estrelas morrem é algo mais simples, pois a energia no núcleo das estrelas é formada por meio de fusão nuclear, por essa razão o fim de suas vidas é sempre uma explosão.

“A explosão das estrelas sempre causa algum problema aos planetas vizinhos, e assim surge uma das principais questões a se estudar: a zona habitável para cada estrela. Principalmente das que estão próximas à Terra”, conta Horvath.

Contudo, é muito difícil prever a data exata de quando as estrelas irão explodir. “As estrelas que formam o Cinturão de Órion, popularmente conhecidas como Três Marias, com certeza morrerão, mas não se pode afirmar se em um período de um milhão ou três milhões de anos”, completa o docente.

Fontes: Portal Brasil com informações da Agência USP de Notícias e Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia