CIDADE

Vila Velha (ES) se prepara para o combate a dengue no verão.

O objetivo é reduzir o risco de epidemias, formas graves da dengue e até óbitos.

Em 25/10/2014 Referência JCC

O Plano de Contingência de Enfrentamento à Dengue, com o combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, foi aprovado nesta semana pelo Conselho Municipal de Saúde. O plano contempla todos os recursos disponíveis na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para atuar em caso de uma epidemia de dengue, com ações integradas para combater a doença e o vetor. O objetivo é o de reduzir o risco de epidemias, formas graves da dengue e até óbitos.

O documento foi elaborado por técnicos das áreas da Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental, Central Farmacêutica, Centro de Controle de Zoonoses, Atenção Primária de Saúde (APS), Comunicação, Regulação, Urgência e Emergência, Educação Permanente e Mobilização Social, tendo já sido encaminhado para conhecimento da Regional Metropolitana da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa).

O trabalho foi elaborado seguindo um planejamento estratégico composto por grupos chamados de eixos, organizados de modo a contemplarem todos os quatro níveis de resposta da dengue. São eles: gestão, assistência (Atenção Primária de Saúde), controle vetorial do mosquito, vigilância epidemiológica, mobilização e saúde.

Eixos

“Cada eixo desenvolveu ações para serem implementadas em várias etapas da dengue. Elas foram divididas em níveis que vão de um a quatro, seguindo uma escala que vai de monitoramento da doença à necessidade de solicitar recursos humanos, físicos ou financeiros dos governos estadual e federal”, explicou Flávia Rocha Rangel, referência técnica da Vigilância Epidemiológica.

O nível 1, chamado de Zona de Conforto, é quando o município pode responder aos recursos de emergência disponíveis permanentemente e a atividade estadual é ainda de monitoramento da dengue. No nível 2, denominado Resposta Oportuna, é quando o município deverá exigir uma mobilização de mais recursos locais e/ou de apoio do Estado para o combate à doença.

Se chega ao nível 3, ou Resposta de Alarme, quando os estados e municípios exigem recursos federais (humano, físico ou financeiro). O último nível, o 4, chamado de Resposta de Emergência, ocorre quando o maior impacto sobre os diferentes níveis exige uma resposta ampla do governo, neste caso, a doença já será considerada uma crise.

De acordo com o Plano de Contingência da Dengue, Vila Velha estará no nível 1 quando não apresentar ascensão na incidência da doença por três semanas consecutivas e ainda não apresentar ocorrência de casos graves e de óbitos. Para estar no nível 2, a incidência da dengue no município deverá estar em ascensão por três ou mais semanas consecutivas; apresentar localidades com Índice de Infestação predial (IIP) acima de 1%; possuir introdução ou reintrodução de um sorotipo e registrar ocorrência de casos graves e óbitos.

A situação da cidade será considerada no nível 3 quando a incidência da dengue ultrapassar o limite máximo,  permanecendo em elevação por três ou mais semanas. No nível 4, a doença deverá estar em contínua ascensão, com elevada ocorrência de casos graves e óbitos. Nesta etapa, as ações executadas no nível 3 serão insuficientes para organização da rede de atenção e na capacidade de responder a estas demandas.

Monitoramento

“A mudança de nível pode ocorrer de forma progressiva, passando por todos os níveis existentes, ou de forma abrupta, sem passar por todos os estágios. Vale ressaltar que os diferentes eixos podem estar em diferentes níveis de ativação, de acordo com o diagrama de controle e com os demais indicadores de monitoramento”, explicou Flávia Rangel.

De acordo com orientações constantes no Plano de Contingência, todas as etapas deverão ser monitoradas, o que permitirá o acompanhamento do desenvolvimento da dengue no município, considerando a incidência, número de casos notificados/graves da doença e óbitos.

“A gestão de Saúde Pública está fazendo a parte que cabe a ela, se organizando para enfrentar os riscos de uma epidemia de dengue no período crítico da doença, durante o verão. Também está executando as ações de prevenção, com o controle e combate ao Aedes aegypti. Mas, precisamos da participação da sociedade civil para ajudar no combate a está doença, que pode levar a óbito”, destacou a secretária municipal de Saúde, Andréia Passamani Corteletti. 

Ações

Para evitar que Vila Velha tenha uma epidemia de dengue, o coordenador da Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde (Semsa), Carlos Henrique Ribeiro, contou que o município está intensificando às ações de combate ao vetor, com o aumento das visitas domiciliares nas áreas prioritárias, com maior índice de infestação; eliminação, tratamento de criadouros e conscientização da comunidade no controle da doença.

“Estamos realizado visitas quinzenais aos pontos estratégicos da cidade, como borracharias e ferros velhos, além de dar continuidade às ações de bloqueio de casos da doença utilizando o pulverizador costal. Também estamos realizando ações de educação e saúde nas escolas, com palestras e teatros com fantoches”, contou Carlos Henrique.

Os carros fumacês utilizados em Vila Velha (termonebulizador) são exclusivos para o controle do mosquito culex (pernilongo) e passam em todos os bairros em períodos quinzenais.

Fonte: Semcom/PMVV