CIDADE

Vitória e Vila Velha têm protestos contra e a favor ao impeachment.

Grupo que apoia Dilma se concentra na Praça Costa Pereira, na capital.

Em 17/04/2016 Referência JCC

Vitória e Vila Velha, no Espírito Santo, têm protestos contra e a favor ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, neste domingo (17).

Um grupo que apoia Dilma assiste à votação do impeachment na Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória.

Outros dois grupos contrários ao governo assistem à votação em um posto de combustível, próximo à Terceira Ponte, em Vila Velha, e na Praça do Papa, na capital.

A organização do protesto contra Dilma estimou que, até as 17h08, mais de 5.000 pessoas se concentravam na Praça do Papa, em Vitória. Às 18h, a PM disse 1.000. O ato a favor de Dilma reuniu 1.200 pessoas, no Centro de Vitória. A polícia diz 600. Em Vila Velha, outro ato pró-impeachment reuniu 1.000 manifestantes e a organização não deu estimativa.

Manifestantes
João Luiz Campello, professor. Ele confessa ter dúvidas se a presidente vai conseguir sobreviver ao impeachment, mas diz ter vindo para o ato por acreditar no sucateamento do setor público em um governo Temer.

"Não haverá muitas mudancas nesta troca de presidentes, a Dilma já está pressionada a tomar medidas que não agradam as origens dela. Mas em um governo Temer, acho que as políticas neoliberais que sucatearam o sistema público nos anos 90 vão voltar com força total", disse.

Perly Cipriano, um dos fundadores do PT no Espírito Santo, lembra que esteve na Praça Costa Pereira em 1964, quando os militares tomaram o governo. Ele compara com o atual processo de impeachment e analisa as consequências da queda da presidente.

A ex-senadora pelo PT Ana Rita disse que acha "que o Brasil e o PT vão passar por um processo de reflexão. O principal erro da Dilma foi ter diminuído o diálogo com as bases sociais no segundo mandato. Precisamos ver onde erramos, vencer esta votação e repensar nossas políticas".

O gerente comercial Luiz Carlos Júnior, 33, é carioca e chegou a Vitória para passar o final de semana. Apesar de estar curtindo a Praia de Camburi nesta tarde de domingo, ele acompanha a votação do impeachment pelas redes sociais. "Minha expectativa é que a Dilma saia. Estamos vivendo num país em que a gente não sabe o que vai a acontecer amanhã", opina.

Ex-presidente da Assembleia Legislativa, Cláudio Vereza (PT-ES) diz que foi "para rua hoje para que não passe esse impeachment fajuto, inconstitucional, ilegal e golpista.” e que não é a decisão, apenas decide apenas a admissibilidade da denúncia. "Estamos com os movimentos de ruas desde o ano passado. E fazendo contato institucional com outros partidos, governos e parlamentares. Buscando barra isso que é uma aberração, uma tentativa de tirar alguém que foi eleito pelo povo. Caso o impeachment seja aprovado na câmara, Cláudio diz que a estratégia é continuar com os dois movimentos, de rua e institucional. Caso passe no Senado vão ao STF", disse.

Dirceu Paigel, 54 anos, é empresário e disse que sempre vai aos protestos em Vitória vestido de Dilma, cada vez de um jeito diferente. Desta vez é a "Dilma Periguete". "Essa é a Dilma que vai sair da casa e posar para a Playboy. É uma mulher camaleoa. Já me vesti de Dilma vampira e Dilma enforcada também", comentou.

Marcus Araújo, 48, é contador e diz que carrega a faixa desde 2013. “A gente precisa de uma nova forma de fazer politica. Trocar os governantes e a forma de governar. Eles querem cargo político, mas não fazem nada pra melhorar o país. Isso precisa mudar", disse.

Fonte: G1-ES