ESPORTE NACIONAL

1ª técnica da seleção quer ajuda de Marta e diálogo com Tite.

Técnica deseja convencer Formiga a não se afastar da seleção brasileira.

Em 03/11/2016 Referência JCC

A CBF apresentou oficialmente na manhã desta quinta-feira  Emily Lima como nova técnica da seleção brasileira feminina de futebol. A ex-treinadora do São José-SP assume o lugar de Vadão, que encerrou sua passagem pelo cargo na última terça-feira após pouco mais de dois meses no comando. A nova comandante já teve passagem pela seleção sub-17. A nova comandante afirmou que aposta em Marta e Cristiane por mais quatro anos e irá conversar com Formiga para que não se afaste da seleção brasileira.

- Eu ainda acredito que a Marta consiga ficar nesse ciclo de quatro anos e a Cristiane também. A Formiga também apostaria, mas ela vai estar com 42 (tem 38 atualmente). Pelo que eu conheço dela. Há 20 anos conheci ela e ela continua jogando da mesma maneira. Vou conversar com ela. Eu apostaria que ainda podemos trabalhar juntas nesse ciclo. Acredito muito nessas meninas mais novas. Apostar na renovação, mas com cautela e calma - afirmou.

Anunciada como uma das 10 finalistas a melhor do mundo pela Fifa nesta quinta, Marta recebeu diversos elogios de sua nova treinadora, que destacou que ela será muito bem aproveitada no novo ciclo.

- Falar o que da Marta? Não tem o que falar. Cinco vezes melhor do mundo, uma atleta completa, onde nós nunca tivemos dentro do nosso país. Nós tivemos outras atletas que destacavam, mas eu vejo a Marta como uma atleta completa. A gente tem que aproveita-la muito bem aqui dentro da seleção dentro desse novo grupo de trabalho.

Ela comentou que já desejava ter um contato com o técnico da seleção masculina, Tite, e que agora esse momento ficará mais facilitado por estar trabalhando também na CBF.

- Uma das perguntas que fiz ao presidente é se eu poderia trocar ideias com Tite. Eu já havia pensando nisso quando ele estava trabalhando em clube. Gostaria de estagiar com ele, trocar ideias. Hoje mais próximo eu espero que isso aconteça, pois vai engrandecer muito meu trabalho. Admiro demais o Tite como pessoa e como profissional.

Capacidade para o cargo

Emily ressaltou sobre o ineditismo de uma mulher comandando a seleção principal feminina. Ela assegurou que a questão não é ser mulher e sim ter capacidade para o cargo.

- Não acredito que o futebol mude com mulher ou sem mulher. A gente precisa estar capacitado. Vou ter uma relação diferente com as meninas. Já fui atleta e tive dificuldade de passar informações para meus treinadores e para mulheres técnicas tive mais facilidade e me senti mais tranquila e aberta para a troca de ideias. A única mudança seria fora do campo mesmo. Propus ainda uma coaching esportiva ao presidente e isso seria importante e ela seria mulher. Ajudaria no desenvolvimento do trabalho - afirmou Emily em coletiva.

Sobre esquemas táticos, a nova técnica deixou bem claro que a ofensividade será algo importante em seu time. Ela, no entanto, assegurou que não provoverá grandes mudanças e constantes, pois busca um modelo de jogo que só será assegurado com sequência.

- Eu venho para cá com uma missão de fazer tudo diferente do que vivi durante 25 anos no futebol. Vou trazer o melhor e mais moderno para a CBF. Vou pensar o modelo que vou utilizar porque no clube eu me adaptava ao que tinha. Vou procurar fazer um esquema ofensivo, com duas linhas de quatro. É melhor não inventar para termos um padrão. Modernizar ao máximo o que eu conseguir. Gosto do jogo apoiado, aproximação. Temos que nos atualizar. Busco informações do futebol da Europa que acho o mais moderno.

Seleção permanente

A seleção permanente ainda não tem prosseguimento garantido. Questionada sobre o assunto, ela afirmou que o assunto está sendo estudado, mas não é algo a ser decidido no atual momento.

- Nós estamos estudando muito sobre a seleção permanente. Esse é um assunto que vamos priorizar um pouco mais para frente. A seleção permanente vai ser nosso passo seguinte. 

O primeiro desafio de Emily será o Torneio Internacional de futebol feminino em Manaus, em dezembro. Inicialmente, Vadão seria o treinador até o encerramento do ano e comandaria o grupo na disputa. O presidente Marco Polo del Nero, no entanto, optou por já dar uma competição oficial para que a treinadora possa testar opções e encontrar o melhor formato para seu trabalho. O Brasil estreia dia 7 de dezembro diante da Costa Rica. Depois terá pela frente Rússia, dia 11 de dezembro, e Itália, dia 14.

Fonte: ge