POLÍTICA NACIONAL

Bancada capixaba se divide sobre impeachment de Dilma.

Três votam contra a presidente, dois a favor e quatro ainda estão indecisos.

Em 03/12/2015 Referência JCC

Dos 10 deputados federais do Espírito Santo, três confirmam voto contra Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment, dois votam a favor e quatro disseram que ainda não têm opinião formada. Marcus Vicente (PP) foi o único parlamentar a não atender à reportagem.

Max Filho (PSDB), Carlos Manato (SDD) e Paulo Foletto (PSB) são contra a presidente. Eles reconhecem que a deflagração do rito serve de contragolpe do pressionado Eduardo Cunha, mas avaliam que o critério dele é acessório diante da gravidade das alegações do processo que será analisado na Câmara.

Max Filho foi o primeiro deputado do PSDB a assinar pedido de cassação de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, após investigações apontarem para existência de contas no exterior. Antes, ele havia negado possuí-las.

“Eduardo Cunha e Dilma são farinha do mesmo saco. Os dois mentiram á nação brasileira. Cunha mentiu numa CPI, Dilma mentiu a toda nação. Ele tem a prerrogativa. O que importa é a legitimidade de quem pediu o impeachment”, frisou o tucano.

Críticos da manobra de Cunha, os petistas, Givaldo Vieira e Helder Salomão esbravejam contra o peemedebista, chamado por eles de 'revanchista', 'sem ética', 'corrupto' e de colocar questões pessoais “acima dos interesses do país”.

“É lamentável para o Brasil quando um corrupto pego com recurso desviado em contas na Suíça permanece no cargo e faz uso dele para se proteger. Tentou chantagear o governo, não conseguiu e está utilizando esse golpe para criar um terremoto político”, disse Givaldo.

Sem opinião
Evair de Melo (PV), Jorge Silva (PROS), Lelo Coimbra (PMDB) e Sérgio Vidigal (PDT) disseram que ainda precisam estudar as alegações que constam no pedido de impeachment formulado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal.

“Se estiver comprovada a irregularidade, votarei favorável. Mas ineficiência não pode anular uma eleição democrática”, disse Vidigal.

A reportagem também tentou ouvir a opinião do governador Paulo Hartung (PMDB) e do vice, César Colnago (PSDB) sobre o processo de impeachment contra Dilma, mas eles não deram declarações.

Senado
A senadora Rose de Freitas (PMDB) é a única da bancada capixaba no Senado que considera não haver razão para Dilma Rousseff ser afastada do governo. Ricardo Ferraço (PMDB) prefere não cravar seu voto ainda, embora considere que a presidente é alvo de “denúncias gravíssimas”.

Para Rose, as pedaladas fiscais não são suficientes para o impeachment. “Tem de haver consistência para se pedir a cassação de alguém. O fato é que, não tendo, isso vira uma batalha judicial. Má gestão implica muita coisa, mas não fundamenta impeachment. Avalio que a atitude de Cunha agrava o cenário político”, disse.

O senador Magno Malta (PR) é o único dos três que já declarou o voto favorável ao impeachment de Dilma, caso o processo chegue à etapa do julgamento político no Senado.

“Penso que esse é um momento significativo da vida da nação. Não importa se é revanche do Eduardo Cunha ou não. O que importa é que responde a um anseio do país, não viola nenhuma lei e não há golpismo nisso”, declarou.

Do mesmo partido de Rose, o senador Ricardo Ferraço também considera que as motivações de Cunha para acolher o pedido são “acessórias”.

“O impeachment se transformou numa espécie de cadáver insepulto que precisa ser removido da agenda nacional. Não conseguimos discutir nenhuma agenda sem virar essa página, independente do resultado. A crise política agrava a econômica”, defendeu. O peemedebista disse que não vai se orientar pelo partido quando for votar.

Fonte: G1-ES