SAÚDE

Brasileiros reforçam "faxinaços" contra o Aedes aegypti.

Cada vez mais pessoas entram na guerra contra o mosquito causador da dengue, zika e chikungunya.

Em 19/02/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O hábito de realizar uma faxina semanal para combater possíveis focos do Aedes aegypti está mobilizando cada vez mais brasileiros, atentos aos perigos à saúde geradas pela presença do mosquito. O Aedes transmite dengue, chikungunya e zika, sendo que esta última doença é a responsável pelo aumento dos nascimentos de bebês com microcefalia desde o ano passado.

O mosquito se reproduz em qualquer lugar ou recipiente com água parada. Em sua vida fértil, as fêmeas do mosquito podem desovar cerca de 1,5 mil ovos que podem ficar até um ano aguardando as condições ideais para virarem larvas e mosquitos. 

“O mosquito não deveria nascer”, diz a maranhense Cravolina Martins dos Santos, que atualmente mora no Distrito Federal. Ela conta que o zelo em casa aumentou após ser ter sido picada pelo mosquito e ficar doente. “Depois que tive dengue, tive mais cuidado”, comenta. Desde então, pelo menos duas vezes por semana ela faz uma faxina especial em casa, focando principalmente em pontos de água parada.

Na vistoria semanal, Cravolina varre as calhas, verifica se a caixa d’água está bem tampada, se os pratos das plantas estão secos (mesmo tendo areia) e se no quintal as garrafas estão com as bocas viradas para baixo. “Se cada um fizer um pouquinho, acho que a gente vai ficar livre [do mosquito].”

Cuidado dentro e fora de casa

“Que cada um faça sua parte”, recomenda Francisca Jeanne Hiendlmayer. “Que cada dona de casa olhe os focos em suas casas, porque, cada um cuidando, vamos eliminar essa questão da zika, dengue, chikungunya, que um mosquito está transmitido.”

Acompanhada do marido, Rodolfo Hiendlmayer, Francisca faz, uma vez por semana, uma faxina fora e dentro de casa. Nada escapa: o recipiente de água da cachorra Bela, as telhas depositadas no quintal, os pratos das plantas naturais e também das plantas artificiais.

A atenção extrapola os limites da residência e se estende à área verde pública ao lado da residência do casal. Rodolfo Hiendlmayer lembra que latinhas, copos descartáveis em geral, incluindo copinhos de iogurte e garrafas de todos os tamanhos se forem abandonados podem se transformar em criadouros do mosquito. Eles recolhem objetos assim a cada semana na área pública e colocam em sacos de lixo, para o descarte correto dos resíduos.

No último sábado, o governo federal realizou o “Dia Nacional de Mobilização Zika Zero” com a participação de autoridades em todo o País e de 220 mil militares mostrando como fazer as vistorias em busca do focus do mosquito. Segundo o governo, a ação abrangeu 2,8 milhões de residências em 428 municípios.

Nesta sexta-feira (19), começa uma nova ação: militares e autoridades vão visitar escolas públicas, universidades e centros de ensino tecnológico para conscientizar alunos, professores e servidores das educação. A meta é utilizar a capacidade de difusão de informações da rede de ensino do País em ações de participação ativa no combate ao mosquito por toda a sociedade.

Microcefalia

Conforme os dados mais recentes do Ministério da Saúde, há 3.935 casos suspeitos de microcefalia em investigação no País. Desse total, 60,1% dos casos (3.174) foram notificados em 2015 e 39,9% (2.106) no ano de 2016. O boletim divulgado na última quarta-feira (17) apontou, também, que 508 casos já tiveram confirmação de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, sugestivos de infecção congênita.

O aumento dos casos de microcefalia – que é uma má-formação congênita do cérebro de bebês – está sendo atribuído à transmissão do zika vírus pelo Aedes aegypti  a mulheres no início da gravidez.

Fonte: Portal Brasil