CIDADE

Estrada de Ferro Vitória a Minas é liberada em Baixo Guandu, no ES.

Ferrovia foi bloqueada a mando do prefeitura.

Em 13/11/2015 Referência JCC

A Estrada de Ferro Vitória a Minas que havia sido bloqueada  foi liberada na madrugada desta sexta-feira (13), no trecho de Baixo Guandu, no Noroeste do Espírito Santo, segundo a mineradora Vale.

O trecho foi bloqueado no início da noite desta quinta-feira (12), a mando da prefeitura. O prefeito Neto Barros queria que o presidente da Vale se reunisse e apresentasse soluções para conter os danos causados pela onda de lama que se aproxima do Espírito Santo.

O rompimento de duas barragens de rejeitos de minério da Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, aconteceu no dia 5 de novembro e causou uma enxurrada de lama no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. A lama também chegará ao Espírito Santo e deve afetar o abastecimento de água de Baixo Guandu, Colatina e Linhares.

Ao G1, a Vale disse que  nenhuma viagem foi impactada por causa do protesto e as viagens foram  mantidas. O próximo trem de passageiros sai de Estação Pedro Nolasco, em Cariacica, às 7h. A mineradora não deu detalhes de como a via foi liberada.

O prefeito não atendeu as ligações nesta sexta-feira para falar sobre a liberação da ferrovia.

Protesto
O prefeito utilizou seis tratores para fechar a linha férrea, por volta das 18h. ''A população tem força e é preciso que se cobre, essa é a gota d'água'', disse. Ele contou que só pretende liberar a estrada depois de se reunir com os presidentes da Samarcox e da Vale.

"Eu quero conversar com o presidente da Vale e da Samarco. Está havendo um jogo de empurra, muita gente querendo passar pelo crime 'dando de ombros' e nós não vamos nos calar porque este é o maior crime ambiental do Brasil, e vai demorar décadas para o meio ambiente se recuperar", disse.

O prefeito, que apresentou laudos que apontam a toxidade dos dejetos da barragem rompida, exige que a empresa controle os danos causados pela onda de lama. "Quem não morreu agora vai morrer a longo prazo, por envenenamento da água, além dos danos ao meio ambiente'', argumentou.

Ele ainda questionou o processo de licenciamento das minadoras e afirmou que recebeu informações de que não existe licença ambiental para que a empresa atue no Espírito Santo, e que essa licença está restrita ao estado de Minas Geras.

''Não pode ter mineração em Minas Gerais, agora que está provado que nós somos a lixeira desses dejetos e que eles tocaram esse empreendimento sem nenhum plano de contenção. Está se falando de mitigação dos danos, mas não se fala em contenção ou prevenção", disse.

Vale
A Vale informou que está tomando as medidas necessárias para garantir o tráfego ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas. A empresa também informou que está acompanhando a situação e disse que se compromete a apoiar a Samarco a criar um fundo de emergência.

A empresa informou que, como acionista da Samarco juntamente com a BHP Billiton, tem atuado ativamente nas ações para garantir a integridade das pessoas afetadas pelo acidente ocorrido nas barragens de rejeitos de Fundão e Santarém, em Mariana (MG), no último dia 6.

Fonte: G1-ES