SAÚDE

Evitar o infarto no esporte é possível? Médico responde

Nabil Ghorayeb reforça importância de fazer avaliação prévia.

Em 26/07/2018 Referência JCC - Nabil Ghorayeb (Foto: Eu Atleta)

Podemos evitar o infarto no esporte? Parece uma pergunta sem resposta, mas com algumas medidas preventivas podemos sim diminuir o risco de que aconteça algum problema de saúde no esporte, seja qual for a modalidade. Há um tempo atrás, em uma corrida de fórmula 1, no surfe, nas provas de hipismo e outras parecidas não se imaginava que o piloto, o cavaleiro ou o surfista sofrem estímulos cardíacos muito parecidos com os de um atleta de modalidades tradicionais como a corrida, por exemplo.

No nosso livro editado com o fisiologista Turíbio Barros, “O Exercício”, está publicado o holter (aparelho portátil que faz a monitoração do ritmo cardíaco durante o exercício) de um famoso piloto, campeão mundial na época, onde na largada e nas ultrapassagens a frequência cardíaca atingia o limite máximo de 200 por minuto. Ao examinarmos cavaleiros olímpicos e surfistas encontramos corações muito bem adaptados, com baixas frequências cardíacas no repouso iguais às de um maratonista.

Para evitar ou ao menos diminuir o risco de problema, seja um infarto do miocárdio ou outro evento cardiovascular, a avaliação clínica especializada é fundamental. Se o doutor não souber dos riscos de determinada modalidade esportiva, como por exemplo, alpinismo, mergulho, aventura em cavernas, corridas no deserto e outras, procure quem conhece o tema, porque as exigência do coração são intensas e podem levar ao infarto ou complicações circulatórias.

Nas avaliações médicas corriqueiras, sempre se deve incluir o teste ergométrico, que só pode ser feito por médico estando no local do exame. Algumas academias não têm médico, e o teste ergométrico com eletrocardiograma é feito por profissionais não médicos, o que é proibido por lei (exercício ilegal da medicina), com risco de erros diagnósticos banais.

Já não se proíbe a prática esportiva para grande parte das doenças, porém há limites obrigatórios. Por isso procure seu médico e saiba o que se pode ou não se pode. Mesmo pelo SUS fazemos atendimentos e orientações também para pessoas com alguma doença cardíaca.

Sabemos que não existe o zero risco, porém não pratique esportes ou modalidades de exercícios intensos (maratona, aventura, spinning, etc.) sem uma competente avaliação cardiológica do esporte. No crossfit ou HITT ou outras modalidades parecidas, faça também uma avaliação ortopédica detalhada pelo alto risco de lesões.