ECONOMIA NACIONAL

Governo vê novo estouro da meta de inflação neste ano, e queda em 2017.

Projeto da LDO prevê IPCA de 7,4% neste ano, acima do teto de 6,5%.

Em 15/04/2016 Referência JCC

O governo estimou oficialmente que a inflação deve somar 7,4% neste ano e, com isso, estourar novamente o teto do sistema de metas de inflação brasileiro. O Banco Central, responsável pelo controle da inflação, já havia estimado novo estouro da meta de inflação neste ano.

A informação consta no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017, que está sendo envaido nesta sexta-feira (15) ao Congresso Nacional.

Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2016 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

Para 2017, o governo estimou que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), recue para 6%. Com isso, ficará exatamente no teto de 6% fixado para aquele ano pelo Conselho Monetário Nacional.

Em 2015, o Índice de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, ficou em 10,67%, a maior taxa desde 2002, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a inflação fechou bem acima do teto da meta de inflação do Banco Central para o ano, de 6,5%.

Estouro da meta em 2016
O Banco Central tem dito que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para um patamar inferior a 6,5%) e, também, fazer a inflação voltar para a meta de 4,5%, em 2017.

O principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias é a taxa básica de juros da economia brasileira, que serve de referência para o mercado financeiro. Em 14,25% ao ano, a taxa Selic está no maior patamar em quase 10 anos e, também, em um dos níveis mais elevados do planeta em termos reais (após o abatimento da inflação prevista para os próximos doze meses).

Com uma taxa mais alta de juros, o Banco Central tenta controlar o crédito e o consumo, atuando assim para segurar a inflação. Por outro lado, ao tornar o crédito e o investimento mais caros, os juros elevados prejudicam o crescimento da economia.

Quando a inflação fica mais alta do que o teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro, os dirigentes do BC não são demitidos. O presidente do Banco Central apenas precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões que motivaram o "estouro" da meta formal - como aconteceu no início deste ano.