SAÚDE

Musculação e yoga mantêm vovó feliz e saudável aos 97 anos

Dona Joelza Junqueira frequenta academia no Rio de Janeiro diariamente.

Em 27/07/2018 Referência JCC - Renata Domingues

Imaginem ter quase um século de vida. Ter visto guerras, quedas e ascensões de governos, o surgimento da televisão, da internet, o mundo mudar bem diante dos seus olhos. Dona Joelza Peixoto Junqueira viu tudo isso e continua vendo, firme e forte aos 97 anos.

Mas se a avó do nutricionista Bernardo e da jornalista Mariana, ambos com mais de 30 anos, está lúcida para contar cada parte de sua longa história é graças à atividade física que pratica desde menina. Dona de uma vitalidade impressionante para sua idade, ela marca presença diariamente em uma academia na Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. E tanto nas aulas de yoga quanto na sala de musculação, a encantadora senhora não só inspira quanto intriga muitos jovens que dariam tudo para descobrir o segredo de sua saudável longevidade.

- O segredo é a formação. Todo mundo pergunta por que eu sou assim, e eu digo que acho que é porque como muita banana - disse ela, exalando bom humor.

Mas a verdade é que Joelza nunca ficou parada, fato que com certeza a ajudou a encarar a vida de forma leve e alegre.

- Sempre gostei de fazer ginástica. Quando era criança subia em árvore e hoje faço yoga há 20 anos. Mas não é aquilo religiosamente, eu só faço. Todos os médicos ficam admirados. O porquê, eu não sei. Acho que é o temperamento. Não reclamo da vida. As pessoas reclamam muito, eu não - garantiu, contanto ainda que se alimenta de forma tradicional, com arroz, feijão, carne e legumes.

Na academia Joelza está sempre acompanhada pela filha, Jane Junqueira, de 64 anos. As duas treinam sozinhas, sem personal, mas com a orientação dos professores da sala de musculação. Joelza garante que adora pegar peso e que não tem nenhuma dificuldade para executar nenhum exercício que lhe é proposto.

- Nessa fase é importante o acompanhamento profissional porque temos que ter um cuidado maior. Estando numa sala de musculação, principalmente, há certos perigos, e o ganho que se tem vem com exercícios bem orientados. A Joelza sempre praticou atividade física, e isso faz toda diferença. É uma pessoa que se mantém magra, e isso é importante, porque quanto menos sobrepeso a gente tem, melhor para as articulações. Além disso, ela tem uma cabeça muito boa, tem uma disposição e uma energia muito boa. Isso é fundamental - comentou Daniela Gil, educadora física e sócia da academia que Joelza frequenta.

Parece ser simples. Manter corpo e mente sãos seriam o segredo de uma vida longa e com qualidade. Ao menos para Joelza essa tem sido a fórmula. Secretária aposentada, ela trabalhou até os 80 anos e segue mantendo sua cabeça funcionando não só com os exercícios diários, mas também com idas à praia, palavras cruzadas, tricô, crochê e muita leitura.

- Sempre fui ativa, minha filha também é assim. Toda mulher deve fazer ginástica. É importante não ficar parada para ficar com os movimentos leves e mais rápidos. Ajuda muito no dia a dia - ensinou ela, que está ansiosa para virar bisavó.

A professa Daniela Gil concorda com Dona Joelza e ressalta a importância de se manter em ação na terceira idade.

- Quando a gente vai envelhecendo tem perda óssea, perda de massa muscular, e fazer exercício é fundamental para diminuir essa perda. Quando você fortalece a massa muscular, previne a perda óssea, e isso faz com que se tenha uma qualidade de vida melhor. Fora isso, atividades físicas como musculação, caminhada e até a corrida fortalecem a região do quadril, aí você consegue ter maior mobilidade e mais facilidade até para levantar do sofá, caminhar com mais segurança. Fora a questão psicológica, social e mental para encarar a velhice com maior naturalidade.

E é assim, com muita naturalidade, que Dona Joelza vai passando adiante o seu exemplo de vida. E que hoje, 97 anos depois de seu nascimento, Dia dos Avós, cada vez mais idosos possam chegar tão longe com tamanha qualidade.

- Eu sou uma pessoa normal - fez questão de ressaltar.

Por mais “pessoas normais” como Dona Joelza.

(Foto: Divulgação/Internet)