ECONOMIA NACIONAL

Preço médio do café conilon bate recorde no Espírito Santo.

Nesta segunda-feira (19), o preço da saca chegou à R$ 411,06.

Em 19/07/2016 Referência JCC

Na reta final da colheita do café conilon da safra 2016/2017, o preço da saca atingiu o maior valor nominal de toda a série do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), iniciada em 2001. A saca de 60 quilos do tipo 6, peneira 13 acima (a retirar no Espírito Santo) fechou a semana passada comercializada a R$ 412,41.

Nesta segunda-feira (19), o preço saca ficou em R$ 411,06. Em termos reais, quando há a correção pela inflação, o valor fica abaixo apenas da média mensal registrada em dezembro de 2011, de R$ 412,95 em valores atualizados pelo IGP-DI.

Segundo indicação de colaborados do Cepea, mais de 95% da produção estimada para todo o País já havia sido colhida até a última semana. O patamar elevado do preço está atrelado a menor produção desta safra no Espírito Santo, prejudicada pela estiagem e o clima seco que prejudicaram as lavouras.

O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto, avaliou que a seca afetou praticamente todas as culturas produzidas no Espírito Santo. 

Expectativa é de 5,5 milhões de sacas

“Quando se fala de cafeicultura, a safra mais prejudicada foi a do conilon. Para se ter uma ideia da queda da produção, em 2014 foram colhidas 12,8 milhões de sacas de café. Já em 2015 foram colhidas 10,5 milhões. Em 2016 a expectativa é de 5,5 milhões de sacas. Ou seja, de 50% e 60% a menos do que a produção anterior”, destacou.

O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil, sendo terceiro maior do tipo arábica e primeiro no cultivo do conilon. A atividade é desenvolvida em todos os municípios capixabas, gera 400 mil empregos direitos e indiretos, e está presente em 60 mil das 90 mil propriedades agrícolas do Estado.

Em 2015, a produção foi de 10,5 milhões de sacas, sendo que a produção do tipo conilon representou 7,7 milhões de sacas. Durante o ano passado, o setor do café movimentou R$ 2,9 bilhões, dos quais o conilon representou R$ 2,1 bilhões.

Ações de enfrentamento à seca

Quanto à seca que atinge o Estado, o Governo vem realizando diversas ações de longo, médio e curto prazo para amenizar a situação atual e garantir segurança hídrica no futuro. Uma das mais importantes é o Programa Estadual de Construção de Barragens, que investirá R$ 90 milhões, até o final de 2018, para a construção de barragens de uso múltiplo. 

As barragens serão usadas para abastecimento humano e industrial, dessedentação animal e irrigação de lavouras. Para todas as barragens construídas, o Governo também investe no reflorestamento ambiental, por meio do Programa Reflorestar. A meta é recuperar 20 mil hectares de florestas até o final de 2018.

Além disso, a secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e a Cesan iniciaram em março a realização de uma série de cursos sobre Elaboração de Projetos de Barragens e Gestão de Recursos Hídricos. Ao todo, serão 12 cursos gratuitos, em todas as regiões capixabas. Mais de 400 profissionais serão capacitados até o final do ano.

Para atender a população de municípios que estão em situação extremamente crítica, a Seag disponibilizou 20 caminhões-pipa. Os veículos estão sendo usados exclusivamente para o abastecimento humano.

Público alvo

Já em parceria entre a Seag e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) foi instituído o Certificado de Sustentabilidade Quanto ao uso da Água no Espírito Santo. O documento, que tem como público alvo produtores rurais, substitui provisoriamente, pelo período de um ano, a outorga para utilização de sistemas de irrigação que sejam sustentáveis nas lavouras. 

Outra ação, desenvolvida por meio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), é a realização de reuniões técnicas sobre a Renovação e Revigoramento do café conilon. Além de apresentar um panorama sobre os efeitos da seca na produção, os treinamentos preveem uma demonstração da operacionalização de técnicos e ações a serem realizadas nas lavouras após a colheita. Entre as ações estão podas em diferentes condições e idade, sistema de condução empregado, uso de irrigação, recepa e arranquio. 

Fonte: Secom-ES