CIDADE

Rompimento de barragem afeta turismo de carnaval no Norte do ES.

Associação de moradores diz que época é de movimento intenso na região.

Em 05/02/2016 Referência JCC

Três meses após o rompimento da barragem da Samarco, cujas donas são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, em Mariana, Minas Gerais, os efeitos na economia do Norte do Espírito Santo ainda são sentidos às vésperas do feriado de carnaval. No balneário de Povoação, em Linhares, lojas fecharam e restaurantes suspenderam atendimento.

De acordo com o representante da Associação de Moradores de Povoação, Michel Gomes, a época seria de movimento intenso na região.

“Os comerciantes trabalham durante o ano todo para que esse período seja de ganho para a comunidade. Mas, desde que essa lama veio, houve uma perda muito grande na quantidade de turistas, o que afetou um comércio inteiro. É como se fosse uma bola de neve. Se afeta pescador, ele acaba afetando o comércio, os bares e a comunidade toda”, falou.

Uma média de 150 pessoas passavam pelo restaurante de uma pousada em Povoação. Agora, com a queda no movimento a partir da interdição da praia pela Prefeitura de Linhares, cadeiras foram colocadas em cima das mesas e nem o proprietário vai mais ao local.

Regência
Já do outro lado do Rio Doce, em Regência, também em Linhares, o mar está manchado e o Projeto Tamar segue monitorando as tartarugas marinhas.

“Por enquanto, está tudo normal. As tartarugas continuam com esse comportamento de subir na praia, com os reflexos normais no momento da postura dos ovos. Aqui, não teve nenhuma tartaruga encontrada morta, mas isso não significa que elas não vão ser afetadas. Por isso, a gente precisa avaliar outras temporadas, fazer esse acompanhamento, porque pode ser uma resposta que virá a longo prazo”, explicou a bióloga Jordana Borini.

Da mesma forma, o vice-presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Barra Seca e Foz do Rio Doce, Carlos Sangália, confirmou a normalidade na vida aquática local, mas destacou a necessidade de refazer as análises da água com frequência.

“Aquele primeiro rejeito mais concentrado saiu. Com a cheia que deu na semana retrasada, há mais um lado com lama, que é mais comum em época de enchente. Quanto à vida aquática, aparentemente, não tem grandes impactos. Peixes estão entrando e saindo normalmente, principalmente depois que a Barra Sul novamente abriu com essa cheia”, afirmou.

Fonte: G1-ES