POLÍTICA NACIONAL

Senador do ES, diz que protesto na Venezuela foi armado.

Parlamentares foram à Venezuela para pedir libertação de presos políticos.

Em 19/06/2015 Referência JCC

O senador do Espírito Santo Ricardo Ferraço (PMDB), que estava na comissão de parlamentares brasileiros impedida de entrar na Venezuela, acredita que o protesto foi armado. "Nós fomos sitiados por manifestantes absolutamente contratados, não tinha nada de espontâneo nessa manifestação", afirmou.

O grupo de oito senadores foi à Venezuela para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro a libertar presos políticos e marcar eleições parlamentares. Eles foram cercados por manifestantes e tiveram que retornar ao Brasil.

Ricardo Ferraço e os outros parlamentares retornaram da missão na madrugada desta sexta-feira (19). Ele explicou que a visita aconteceu porque a Comissão de Relações Exteriores tem recebido denúncias de autoritarismo na Venezuela.

"Nós precisamos ter uma dimensão de que todos esses problemas e desafios que acontecem nos países que são vizinhos do Brasil, no caso da Venezuela, que são parte da Mercosul, são também problemas do nosso país, porque nós estamos lidando com valores, com princípios que são muito caros ao povo brasileiro", disse Ferraço.

Para Ricardo Ferraço, a missão dos senadores brasileiros era indesejada pelo governo venezuelano. "Havia uma falta de desejo muito grande de que nós pudéssemos ir lá para chamar a atenção da sociedade brasileira, dos meios de comunicação. E tudo que nós recebemos de denúncias e tudo que nós pudemos constatar é que na prática a situação é muito pior do que imaginávamos".

Segundo o senador, não foi garantido qualquer tipo de segurança para que a missão fosse cumprida. "Os próprios batedores que deveriam fazer a nossa segurança, eles meio que compactuavam com aquelas agressões que impediam que nós nos movimentássemos. Então nós não tivemos saída e alternativa, voltar para o aeroporto e ficar dentro da van por quase duas horas, aguardando uma solução e ela não veio", pontuou.

Os senadores queriam ir ao presídio onde está um líder político em greve de fome pelo 25º dia. "Estávamos na expectativa de que nós pudéssemos vê-lo superar esse greve de fome, porque a sua vida está em risco, mas também estaríamos com o prefeito de Caracas que também teve o seu mandato cassado pelo governo da Venezuela. O que nós podemos constatar é que se você faz oposição, se você contraia o presidente Maduro, você é cassado, é violado", completou Ferraço.

Fonte: G1-ES