Ao todo, foram mais de 300 estudantes dos 8º e 9º anos das escolas de ensino fundamental de Vitória envolvidos no projeto "Robótica Educacional, Fabricação Digital e Metodologias Ativas: (Re)Inventando a Educação". 

Diversão, dedicação, trabalho em equipe, protagonismo estudantil e disputas acirradas deram a tônica do I Torneio de Robótica Educacional, realizado na manhã de sábado (10), na Escola de Inovação, um dos Centros de Ciência, Educação e Cultura (CCEC) de Vitória, que fica no Parque Moscoso.  

Desde o início do dia, o clima da competição estava no ar, com as equipes formadas por dez estudantes das cinco Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef) de Vitória que participam do projeto "Robótica Educacional, Fabricação Digital e Metodologias Ativas: (Re)Inventando a Educação" reunidas e fazendo os últimos ajustes.

A competição simulou uma situação de resgate de vítimas sem interferência humana. O robô deveria ser ágil para superar terrenos irregulares, transpor caminhos desconhecidos, desviar de escombros e subir montanhas para conseguir salvar as vítimas. Assim, a equipe que conseguisse construir e programar o robô para realizar essas tarefas, em menos tempo, venceria o torneio. 

Com direito a muita torcida, vibração e expectativa por parte do público e dos competidores, a equipe vencedora foi a da Emef Alvimar Silva, de Santo Antônio, com o "Robômar" sendo o responsável por realizar todas as tarefas em tempo recorde dentro da competição. O anúncio do resultado foi seguido por muita festa e emoção por parte dos estudantes e envolvidos no projeto. 

"É uma responsabilidade muito grande, pois viemos aqui representar a nossa escola! Foram muitos desafios que nós fomos superando para chegar até aqui. É até difícil expressar o tamanho dessa emoção, nós chegamos a chorar de felicidade, pois todo o esforço, dedicação e trabalho em equipe que desenvolvemos valeram a pena", afirmaram as estudantes Ana Júlia e Letícia Gonçalves, do 8º ano. 

"É muita emoção, pois o projeto foi desafiador num primeiro momento, porque se trata de uma proposta inovadora e de grande valor para agregar na educação e nos processos de ensino aprendizagem. Poder proporcionar isso para eles foi uma alegria imensa, fizemos um processo seletivo interno que foi disputado, e no momento em que vimos a alegria deles em saber que participariam, já percebemos o quanto essa trajetória seria especial. Momentos como esse aqui hoje são vivências e experiências que só a educação pode proporcionar, e ver estudantes moradores da região da Grande Santo Antônio vivendo isso é um marco para a nossa história", destacou a diretora da escola vencedora, Flavia Souza. 

Quem também não conteve as lágrimas e expressou toda sua alegria e orgulho com o resultado foi Viviane Trancoso, mãe de Cássia, estudante do 8º ano da Emef Alvimar Silva.

"O sentimento é de vitória, superação, satisfação! É um significado enorme para nós, moradores da periferia, ver nossos filhos tendo acesso a campos que normalmente eles não teriam, por meio da escola. Agradeço muito à Prefeitura de Vitória por possibilitar essa experiência desse projeto. Isso é acessibilidade, isso é justiça! Eu tenho certeza que ela vai levar o dia de hoje com ela para o resto da vida", disse. 

Objetivos alcançados 

Para o professor Daniel dos Santos, que atua na Escola de Inovação e esteve à frente do projeto, o torneio foi um momento de diversão, consolidação de conhecimentos e partilha de experiências, mas o verdadeiro objetivo, que foi despertar o interesse dos estudantes pela robótica, já foi alcançado. 

"Para nós é muito gratificante porque estamos vendo o resultado de um processo cujos objetivos já foram alcançados, queríamos engajar os estudantes em ensino por investigação e com um processo de resolução de problemas, envolvendo iniciativa tecnologia. Assim, é muito gratificante ver todos eles aqui em pé, envolvidos na resolução de um problema. O torneio em si é apenas a cereja do bolo porque os nossos principais objetivos foram alcançados ao longo do ano letivo", destacou.   

A subsecretária de gestão pedagógica, Luana Lemos, também esteve presente para acompanhar a celebração do protagonismo estudantil, e parabenizou a todos pelo esforço e dedicação dentro do projeto.  

"Temos aqui hoje a realização de um torneio cuidadosamente preparado para o protagonismo dos estudantes. Nós temos feito diversos investimentos trazendo tecnologia para o cotidiano escolar, valorizando essas ferramentas para potencializar o trabalho pedagógico dos nossos professores e dando possibilidades, por meio da criatividade e inovação, de momentos de protagonismo aos estudantes. Agradecemos a todos os profissionais e estudantes envolvidos no projeto de robótica, tenho certeza que todos serão multiplicadores dessa experiência, para expandirmos no ano que vem", ressaltou. 

Diversão e aprendizado 

Mesmo aqueles que não venceram o torneio já são grandes vencedores pelo protagonismo, aprendizado e trabalho em equipe que desempenharam ao longo do projeto. Pensando nisso, cada equipe foi premiada com um troféu em homenagem aos cinco eixos norteadores do projeto, que são: aprendizado, superação, trabalho em equipe, diversão e inovação  

"Foi um projeto muito incrível, que nos ajudou a construir caráter, a melhorar como pessoas e a trabalhar em equipe ", celebrou o estudante Yago Ferreira, da equipe da Emef São Vicente de Paulo, que construiu o robô "Yagobot", e recebeu o troféu Aprendizagem. 

"Essa foi uma das melhores experiências de toda a minha vida! Jamais imaginei que seria capaz de estudar e programar robótica. Quero agradecer aos professores, que foram fundamentais para nos ajudar e apoiar o tempo todo, e hoje aqui nos passaram força e confiança", agradeceu a estudante Beatriz Patrício, da equipe da Emef Edna de Mattos Siqueira Gaudio, de Jesus de Nazareth, que ficou com o troféu Superação. 

"Estou muito agradecido pelo troféu, quero agradecer aos organizadores, o torneio foi muito divertido. Foi muito legal cooperar e nos esforçamos juntos. Somos gratos por vocês oportunizarem à nossa escola participar desse projeto", destacou o estudante Estevão Silveira, do 8º ano da Maria José Costa Moraes, que fica no bairro São José, após receber o troféu Inovação junto de sua equipe, pela construção do robô "Robert". 

"Participar desse torneio foi uma sensação maravilhosa, até porque você está com seus amigos. Foi divertido todo esse tempo que passamos desenvolvendo o robô, e hoje foi uma grande festa por isso tudo", disse o estudante Mateus Ferrari, do 8º ano da Emef Éber Louzada Zippinotti, que fica em Jardim da Penha, e levou o troféu Diversão, com o robô "Zip". 

O troféu de Cooperação foi para a equipe vencedora do torneio, da Emef Alvimar Silva, do bairro Santo Antônio. 

O projeto 

Ao todo, foram mais de 300 estudantes dos 8º e 9º anos das escolas de ensino fundamental de Vitória envolvidos no projeto "Robótica Educacional, Fabricação Digital e Metodologias Ativas: (Re)Inventando a Educação". 

Uma estação de robótica foi instalada na Escola de Inovação para atender a região do Centro de Vitória, além de uma extensão dela levada a quatro Escolas Municipais de Ensino Fundamental. Foram elas: Emef Éber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha; Emef Edna de Mattos Siqueira Gaudio, em Jesus de Nazareth; Emef Maria José Costa Moraes, em São José; e Emef Alvimar Silva, em Santo Antônio. 

Por meio da Robótica Educacional, os estudantes são capazes de explorar novas ideias e descobrir novos caminhos na aplicação de conteúdos e conhecimentos adquiridos em sala de aula e na resolução de problemas, desenvolvendo a habilidade de criar hipóteses, examinar soluções, estabelecer relações e obter conclusões. 

Ao longo do ano, nas equipes formadas nas escolas, sob orientação dos professores, os estudantes tiveram que buscar soluções, criar alternativas, desenvolver trabalho em grupo, com capacidade de interagir e trocar ideia, e muito mais, para superar os desafios propostos. 

O projeto de implantação da Robótica Educativa na rede municipal de Vitória foi contemplado no "Edital Nacional de Iniciação Tecnológica com Foco no Ensino de Programação 2021/2022 - Parceria Seme/CCEC E Ifes/CEFOR". (Por Luis Oliveira)

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