ESPORTE INTERNACIONAL

Nadadora Mariana Gesteira é medalha de bronze em Tóquio

Moradora de Vitória, Mariana Gesteira levou o bronze na final dos 100m livre da classe S9.

Em 31/08/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: © Ale Cabral/CPB//Direitos Reservados

A nadadora Mariana é moradora de Vitória e bolsista do programa Bolsa Atleta Municipal 2021.

A manhã desta terça-feira (31) foi muito especial para a natação paralímpica brasileira e também capixaba. O time verde e amarelo ganhou mais quatro medalhas, sendo um ouro, duas pratas e uma medalha de bronze, que foi conquistada pela nadadora Mariana Gesteira.

Moradora de Vitória e bolsista do programa Bolsa Atleta Municipal 2021, Mariana levou o bronze na final dos 100m livre da classe S9 (atletas com restrições nas articulações em uma perna ou amputações abaixo do joelho nas duas).

A prova

Durante sua disputa, Mari começou a prova em um ritmo menos intenso, fechando a metade do percurso abaixo das três primeiras nadadoras. Nadando na raia de número quatro, ela fez a virada na quinta colocação.

Mas veio a parte decisiva e a paratleta radicada em Vitória reagiu, mostrando toda sua força de multimedalhista e multicampeã. Mari aumentou o ritmo nos 50 metros finais e foi recompensada com a medalha de bronze, fechando os 100 metros em 1min03s39.

Sonho realizado

“Por cinco anos, eu dormi e acordei pensando nisso. A gente sonha com esses momentos, mas quando acontece é surreal. Só tenho que agradecer a todo mundo que me ajudou a viver isso aqui hoje. Tive muito apoio. Isso não aconteceria se eu não tivesse uma comissão técnica enorme, muita gente por trás disso”, comemorou Mariana.

O ouro da prova foi para a neozelandesa Sophie Pascoe, com o tempo de 1min02s37, e a prata para norteamericana Sarah Gascow, que anotou 1min02s77.

Vencedora

“A Mariana merece todos os parabéns. Estamos orgulhosos e muito felizes pela sua conquista. Toda a cidade de Vitória vibra com a sua medalha de bronze. Mais que uma vencedora, a Mari é um exemplo”, celebra Sandro Parrini, secretário de Esportes e Lazer da capital capixaba.

A Semesp é uma das apoiadoras e incentivadoras da nadadora. Mariana integra o time de 50 atletas e paratletas beneficiados pelo programa Bolsa Atleta Municipal, que oferece incentivos de R$500,00 a R$1.500,00 mensais para atletas e paratletas em diversas modalidades esportivas.

Medalhas

Com o bronze da Mari e as outras três medalhas obtidas nesta terça (31), o Brasil soma agora 42 medalhas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, com 14 ouros, 11 pratas e 17 bronzes. Está na sexta colocação no quadro de medalhas geral. A China lidera com 59 ouros e 129 medalhas.

"Nadadora lida com doença rara"

Antes da pandemia do coronavírus, Mariana Gesteira, medalhista parapan-americana e finalista dos Jogos do Rio, já enfrentava um outro adversário perigoso: a síndrome de Arnold Chiari, doença rara que causa fraqueza intensa e desequilíbrio.

"A natação me deu muito. Cresci demais. Com o esporte me tornei uma pessoa muito mais madura e resiliente. A natação me mostrou que eu sou capaz de fazer coisas que eu nem imaginava”, confidencia a atleta.

Enquanto a maioria das pessoas se esforça para dar conta do rol de problemas causados pela pandemia do novo coronavírus, Mariana teve pela frente um obstáculo até mais perigoso do que o vírus. A competidora da classe S10 (que reúne os atletas com a menor deficiência de acordo com os critérios do Comitê Paralímpico Internacional) passou, no final do ano, por um complicado procedimento cirúrgico para atenuar a pressão intracraniana e os demais sintomas da síndrome de Arnold Chiari. (*Colaborou Juliano Justo)

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